quarta-feira, setembro 17, 2008
Apresentação de um livro em Ourém
segunda-feira, setembro 15, 2008
Um livro lançado na Festa
Informações
Lançamento:
Sábado, 6 de Setembro de 2008, 16 horas
Festa do avante!
Festa do Livro
por José Casanova
Apresentações:
Ourém,
Sexta, 19 de Setembro de 2008
espaço que foi da livraria Som da Tinta
programa:
18.30 – abertura de portas, convívio
19.00 – intervenção sobre “Som da Tinta”
19.20 – apresentação de “50 anos…”
por Sérgio Faria
20.15 – animação com adaptação de conto de Luandino Vieira
(e surpresa)
(outras apresentações em preparação)
19 de Dezembro de 1961
1958
um ano em que “tudo aconteceu”…
1958-59
o Partido, começo de actividade profissional
1960-61
início da guerra colonial, eleições de 1961
1962-63
na Siderurgia Nacional, Maio de 1962
1963
a “traição Verdial”, prisão
1963-1964
nas cadeias do Aljube e de Caxias
1964-69
saída da prisão, começar de novo… como?
1970-74
luta nos sindicatos, o 49212, as arbitragens
25 de Abril de 1974
1974-79
uma forma pessoal de participar… “o homem na revolução”
1978-84
ISE, FE da UC, missões de cooperação
1984-90
o doutoramento, Assembleia da República – “ambiente”
1990-94
Parlamento Europeu – “ambiente”, “aprendizagem”
1994-1999
questor, o euro, decisão de sair, candidatura de 99, a não eleição
1999-2008
Comité Central, IPTomar, teatro, AMOurém, Som da Tinta, JO
quarta-feira, setembro 03, 2008
O livro da Festa
terça-feira, setembro 02, 2008
segunda-feira, setembro 01, 2008
Pergunto . poderias ter sido de modo alheio?
Foi muito mais que isso. E muito mais foi poderia se não decidisse parar.
Trago a dedicatória que comoveu, a saudade do amigo que, aos 39 anos, morreu.
"Com a camaradagem e a amizade do"! Em Março de 1963, já eu tinha saído da SN há alguns meses, mas mantinham-se a amizade e os contactos.
Como penúltima das transcrições (mais que discutíveis, só justificadas por critérios de memória e de subjectividade), não de Pátria, lugar de exílio mas do livro, o poema I do conjunto de poemas O Viajante Clandestino:
.
No exacto automóvel, viajamos.
Em corpo e nervos, sal, angústia, grito.
Suor, temor da noite, aonde vamos?
Direita, esquerda? (Cruzamento). Hesito.
.
Onde? Por onde? Somos dois, calados.
A chuva alaga o universo à volta.
À beira d’água, acenam-nos soldados.
Soam no escuro os passos de uma escolta.
.
Finco as mãos no volante. Derrapagem
.– ou medo apenas do que vai contigo?
Já está próximo o termo da viagem.
Apertamos as mãos. «Saúde, amigo».
.
O relato poético de um “transporte” nesses tempos de clandestinidade e de clandestinos, em que os que não o eram tinham tarefas de apoio.
E termino, porque tem de ser!, com um pequeno trecho em que não falta sequer o nome do camarada que, na clandestinidade, foi preso depois das grandes manifestações de 1 e de 8 de Maio de 1962, e que Daniel Filipe trouxe (só para o poema o teria transportado?) para o poema em que cantou, quase um ano depois, o primeiro de Maio de 1962:
.
Pergunto . poderia cantar de modo alheio
dizer outras palavras como quem diz bom dia
poderia acaso ignorar o tempo a tortura a prisão
Bernardino e a pequena rosa
vermelha e orvalhada
insólita no tablier do automóvel azul
.
Poderia falar dos dias impossíveis
das manhãs sem revolta . do xadrez matemático
jogado interminavelmente
das virgens . dos poentes . do mar da minha infância
.
Poderia escrever meu amor e pensá-lo
Sem mais nada . sem a rubra mancha de sangue na parede da cela
Sem um nome ou um grito
1º de Maio de 1962 e 1º de Maio de 1974
Vêm com o rosto de todos os dias
o olhar de todos os dias
as mãos e os pés de todos os dias
cansados de preencher impressos
moldar metais
afeiçoar madeiras
rodar motores e válvulas
sujos de óleo e poeira
deslumbrados de sol
operários . empregados de escritório . vendedores de porta
a porta
dir-se-ia que cantam
.
De súbito . a cidade parece banhada de alegria
estamos juntos meu Amor
possessos da mesma ira justiceira
Damos as mãos como dois jovens namorados
e sorrimos felizes
à doce primavera acontecida
no magoado coração da pátria
Vêm de toda a parte sem idade
Redescobrem palavras esquecidas
e no silêncio cúmplice desfraldam
um novo e claro amanhecer do mundo
.
Vêm de mãos vazias . nem flores simbólicas
nem ramos de oliveira
Entre os seus dedos apenas desabrocha
o obscuro desejo de apertar outras mãos
como as suas . nervosas . sujas . proletárias
.
E eu limpo . eu meticulosamente barbeado
eu de papéis em ordem
eu vestido de nylon dralon leacril
eu rigorosamente asséptico
eu mergulhado até às virilhas na placidez burguesa
vou convosco cantando companheiros
irmãos em pátria
em sonho em sofrimento
.
Ah riso aberto . coração do povo
cálice . flor . inesperado aroma
doce palavra antiga
liberdade
.
.
Doce palavra antiga, de todos os poetas, também de Éluard
(… Et par le pouvoir d’un mot
je recommence ma vie
je suis né pour te connaître
pour te nommer
liberté) .
Ah! os poetas…
por isso eles são o inimigo. Quando têm as mãos nervosas . sujas . proletárias.
domingo, agosto 31, 2008
O poeta que merecia a vida
Na minha célula do Partido já falara, com admiração e entusiasmo juvenil (tinha 26 anos!) do meu companheiro de gabinete. Em resposta, tivera reticências, reservas. Nada explícito mas… “nada de confianças … esteve preso e há muita coisa por esclarecer… vou informar-me melhor, mas tem cautela… não te abras com ele…”.
Ficara surpreso, de sobreaviso. Era, no entanto, tão caloroso, tão camarada o nosso relacionamento… Decerto, pensava eu, tratava-se de algum mal entendido.
No Pátria, lugar de exílio estava, talvez..., a resposta. Em quatro versos depois da 3ª canção:
.
Um poeta
roeu as unhas enquanto foi possível
mas faltou-lhe a coragem no momento derradeiro
nós sabemos porquê
.
Quatro versos no meio de um dos (tantos!) momentos empolgantes do poema:
.
Somos a alegria . o corpo e o sal da terra
o sol das manhãs férteis . a música do outono
a própria essência do amor . a força das marés
somos o tempo em marcha
.
Esta é a única verdade
sabemos que vos é difícil aceitá-la
envoltos como estais em suborno e usura
bancos alta finança empréstimos externos
E no entanto esta manhã um pássaro
pousou à vossa beira . embora
inutilmente
.
A pequena dactilógrafa matou-se
nós sabemos porquê
.
Um carpinteiro desempregado rasgou a roupa
e saiu cantando para a rua
nós sabemos porquê
.
Uma noite
a jovem costureira não voltou para casa
nós sabemos porquê
.
Um poeta
Roeu as unhas enquanto foi possível
mas faltou-lhe a coragem no momento derradeiro
nós sabemos porquê
.
Nós sabemos porquê
.
NÓS SABEMOS PORQUÊ
.
E no entanto é doce dizer pátria
sonhar a terra livre e insubmissa
inteiramente nossa
Sonhá-la como se pedra a pedra a construíssemos . Como
se nada houvesse antes de nós
e desde as fundações a erguêssemos completa
pura alegre acolhedora virgem
de medos . mortos insepultos
.
Regresso pelo tempo ao dia de hoje
primeiro de Maio de 1962
hora segunda da meditação
.
Regressado estava Daniel Filipe. Ao dia de hoje, no dia de hoje, que era o primeiro de Maio de 1962. Na sua "hora segunda da meditação". Podendo depois, finalmente, sorrir sem amargura. O poeta merecia a vida.
sábado, agosto 30, 2008
Pátria, lugar de exílio
sexta-feira, agosto 29, 2008
Merecemos mais Daniel Filipe...
Fico-me por um desabafo, aqui
Aqui o faço, ou aqui faço o que me ajude a descomprimir.
O Som da Tinta, além dos encómios públicos, outros envergonhados ou calados, foi uma livraria, um espaço cultural que, entre as mais insuperáveis dificuldades, teve de sofrer a hostilidade (quando não agressão) por “beneficiar” de uma conotação partidária. Pela minha mais notada vontade e actividade, pelo apontar acusador da ligação partidária dos convidados a virem animar o espaço.
Pois ao Som da Tinta veio, por exemplo, um senhor (o Zé Pedro dos “xutos”) que, nas vésperas de ir cantar, com o seu grupo, à Festa do Avante!, acaba de dar uma entrevista em que decretou que «o Partido Comunista tem que se adaptar ao mundo de hoje (tem de deixar de) fechar todas as portas…». Veio (aqui, portas abertas, e vai à Festa…), e foi muito interessante e útil a sua presença, até pelo que disse aos jovens sobre a droga e os seus malefícios…
Aqui, a este espaço – que agora é apenas um blog mantido por este assumido membro do PCP que eu sou –, veio quem foi proposto que viesse, e alguns, mais de uma vez convidados, não vieram (talvez...) por não ter a livraria a conotação partidária que lhes seria conveniente, por ter a que, surdamente, se insinuava mas que não impedia que convidados fossem.
A este espaço vieram Carlos André, Galopim de Carvalho, Hugo Santos, José Fanha, Mia Couto, Pedro Barroso, Pepetela, Rui Pimental, Sérgio Godinho, Vasco Graça Moura, Viriato Soromenho Marques[1], e tantos outros com posições políticas publicamente conhecidas como não sendo do PCP, ou até com assumido posicionamente partidário não no (ou anti) PCP, e muitos outros de que não se conhecem (nem pretendiam conhecer) as posições político-partidárias.
Também vieram convidados, com conhecimento público de pertença ao PCP, como Ilda Figueiredo, José Casanova, José Saramago, Pedro Namora e outros? Ah!, com certeza, e não se esperaria que, neste espaço e sendo eu nele tão influente, se promovesse ou consentisse a nossa auto-discriminação. Bem basta a discriminação que outros, os de "portas abertas", nos fazem quotidianamente e em todas as oportunidades.
Não foi bem um murro na mesa nem uma obscenidade... fiquei-me por um desabafo.
quinta-feira, agosto 28, 2008
Daniel Filipe merece mais...
sábado, agosto 23, 2008
Uma edição para mostrar que continuávamos em fascismo (e guerra colonial)
domingo, agosto 17, 2008
A Prelo Editora - I
sábado, agosto 16, 2008
A Prelo Editora - edições para-Prelo (2)
E, depois dos três exemplos que se pretendia que servissem para mostrar o que se cortava e porquê se cortava – mesmo quando o porquê era pura arbitrariedade –, como se isso não bastasse o que se chamou folheto terminava com um artigo de Jacques Brière, com o título Informar, informar-se: como?, que fora publicado nos cadernos PEEP, sem censura prévia mas apreensão a posteriori!, que informava e comentava as posições do Partido Comunista Francês sobre informação e em que se sublinhava, com ênfase, a importância do informar-se.
Para que não fique apenas a lembrança e a ilustração, junta-se o corte do último parágrafo no artigo sobre desporto – Em que medida é que o espectáculo desportivo é socialmente aceitável – deixando em itálico (e com a cor do lápis azul) a parte cortada:
«(...) Brecht teria dito que “tinha esperanças no espectador desportivo”. Acredito que tivesse dito isso (mais ou menos). Se não o disse (nem Brecht, nem alguém igualmente a usar como autoridade), digo-o eu. Tenho esperanças no espectador desportivo. Porque conhece as regras do jogo, está informado, participa no espectáculo, discute o que o rodeia. É verdade que o jogo de que conhece as regras é alienante (porque não o entende como espectáculo), é verdade que a informação é perturbadora (porque é, também, alimento de mitos e mágicas), é verdade que a participação é acrítica (porque a pseudo-crítica não nasce na razão), é verdade que se discute o que esconde o que devia ser discutido (porque é um espectáculo e não uma luta, porque são as folhas secas e não as raízes).
Mas: o espectador desportivo conhece as regras, está informado, participa, discute. Prova que não dorme. É certo que está bem mais sonâmbulo que acordado. Mas, bolas!, está vivo. E é povo.»
A Prelo Editora - edições para-Prelo (1)
Como adenda, e em razão de se ter, em contrapartida, encontrado uns exemplares do que se poderia chamar edições para-Prelo, aqui se trazem essas “amostras”.
Trata-se de edições que pareceu prudente não incluir (ou sequer propor que se incluísse) na actividade da empresa Prelo Editora, SA, havendo assumpção estritamente pessoal das responsabilidades.
Duas notas:
- Portugal vivia sob regime fascista, e este estava em guerra colonial desde 1961;
- Dos nomes que assinaram o documento (158), alguns já morreram (e de muitos deles se sente uma grande saudade), outros, hoje não assinariam, por “razões” suas, o que então tiveram a coragem de subscrever.
A Prelo Editora - 23
Juntou-se um grupo de colaboradores, formou-se uma equipa, e foi decidido conceber e editar O Manda-chuva (com um excelente “boneco” do Manuel Augusto).
Também aqui se queria mostrar. Como “chave de ouro” para esta série de “posts” de lembrança de edições de uma editora. Que existiu e que não pode (não deve!) ser esquecida.
Mas aconteceu o inac(r)e(d)itável (e tantas vezes repetido… raro com esta gravidade). Correram-se os “cantos à casa” e não se encontrou um exemplar! Decerto depois de tanto termos mostrado a prova do que foi a “aventura”, um último exemplar foi emprestado a alguém, com a garantia de que seria devolvido... e devolvido não foi. Isto tem de ser reparado…
Mas, para agora, e para compensar, reproduz-se o que, em 50 anos de economia e militância, lá está como referência a este episódio tão relevante nestes 50 anos. E na Prelo Editora!
«(…) Esta terá sido uma das mais interessantes experiências editoriais a que estive ligado, com a edição, pela Prelo, do “nosso” Borda d´Água. Tal como o original, um calendário-caderno, com pequenos textos e efemérides. Mas, em O Manda-chuva, os curtos textos eram políticos e as referências a datas bem diferentes das dirigidas aos agricultores. Por exemplo, um texto sobre os horóscopos em que, partindo-se da emigração e da guerra colonial, os dois signos eram voltar as costas à Pátria ou lutar para que ela fosse diferente; como efemérides, em vez das dos santos, dias de semear e de colher, ou estando estas tratadas de outra forma, as de 18 de Fevereiro, 5 de Outubro, 8 de Março, 1º de Maio, 7 de Novembro, a da morte de Salazar com um poema de Brecht ao lado – por acaso… – sobre o “pintor de tabuletas”, dedicado a Hitler que, se “voltasse cá”, não arranjaria lugar como contínuo numa repartição pública.(…)
Em suma, uma 1ª edição de 5.000 exemplares e uma 2ª de 6.000, e a PIDE a apreender os que ainda encontrou e a levar “o manda-chuva” da Prelo, que seria eu – isto na opinião deles…–, e um dia (mal) passado numa daquelas salas (até pelas recordações), a ser chateado e intimidado.
Mas até deu algum gozo, pois a minha “defesa” foi a do interesse económico da empresa, comprovado pelas duas edições, tão esgotadas que “eles” só tinham apreendido uns exemplarzitos. E, sempre que perguntada a autoria dos textos, a mesma resposta: se estavam assinados eram aqueles os autores, se não estavam assinados eram da responsabilidade da editora…
Dessa argumentação não sai, e dessa me safei assim. Com grande irritação d”eles” e ameaças correlativas.(…)».
A Prelo Editora - 22
Um deles porque, no exemplar que tínhamos, na deserta casa da Rua do Sol ao Rato entrou “o bicho” e alimentou-se de Entre os macuas de Angoche. Historiando Moçambique, de Melo Machado, editado em 1970, deixando-o irreconhecível.
Um outro, porque não se encontrou, apesar de muitas buscas, e não se queria deixar de aqui referenciar (para servir, também, de homenagem à autora e à ilustradora), é a pequena obra - mas de grande valor bio-bibliográfico - Camões - Poeta, mancebo e pobre, com texto de Matilde Rosa Araújo e ilustrações de Maria Keil, editado em 1978, na colecção Barcarola.
quinta-feira, agosto 14, 2008
A Prelo Editora - 21
quarta-feira, agosto 13, 2008
A Prelo Editora - 20
segunda-feira, agosto 11, 2008
domingo, agosto 10, 2008
A Prelo Editora - 19
sábado, agosto 09, 2008
A Prelo Editora - 18
- União Soviética - liberdades e direitos
- Os Sistemas Políticos, os povos e a paz
- O Desporto - - quando e onde uma necessidade e um direito
- Pequenas e Médias empresas
- A Religião - crítica e auto-crítica
- A Economia - lucros ou satisfação das necessidades (I)
- A Nação - o que é... e quem é pela nação?
- A Economia - lucros ou satisfação das necessidades (II)
- A Doutrina Social da Igreja - esmola para homens a mais?
- Sobre (e a propósito) da Unicidade Sindical
- Eleições e Propriedade nos países socialistas
- Comunistas e Cristãos, face a face e face à crise
- O Futuro do Mundo - subdesenvolvimento e demografia
- A Juventude na R.D.A. - seu papel na sociedade socialista avançada
- O que é o Modo de Produção
- A Criação Artística e os Judeus na U.R.S.S.
- O que é o Subdesenvolvimento
- A Dominação do Homem e a Sexualidade na Condição Feminina
- O Sexo - amor ou procriação
- A Criança - homem de (qual?) amanhã
Na página de abertura deste último caderno, que fechava uma sub-série de 3, fazia-se um balanço crítico e auto-crítico da iniciativa, e dizia-se da intenção de continuar com uma terceira "década" de cadernos... se tal se justificasse. E ela só se justificaria se uma tal colecção tivesse uma clara participação vinda do "ambiente" e dos futuros leitores na definição dos temas a tratar e uma receptividade e distribuição ligada a discussão e debate relativamente ao que fosse publicado. Não aconteceu assim. Como, nos 20 exemplares publicados, não se encontrou a receptividade de quem poderia aproveitar tais "instrumentos" na sua (e de todos!) luta por um outro amanhã para as crianças(*)...
Não que haja qualquer sentimento de frustração, de não ter "valido a pena". Valeu! Mas... afinal... foi mais um esforço que não teve os resultados por que se lutava. E porque continua a luta !
______________________________
(*) - Transcreve-se: «(...) Trata-se do problema das crianças no que se pode chamar a "pequena infância", até à idade pré-escolar e escolar, e os problemas que levanta. Claro que esses problemas são diferentes numa sociedade em que a finalidade é o lucro resultante da actividade em que a finalidade é o lucro resultante da actividade que não procura senão a rentabilidade do capital empregue. E a partir da exploração dos detentores da mercadoria força do trabalho que se começa a formar nessa "pequena infância"... (...)» Ainda não se falava, como hoje, em empreendedorismo!
sexta-feira, agosto 08, 2008
A Prelo Editora - 17
quinta-feira, agosto 07, 2008
A Prelo Editora - 16
A Biblioteca «Medicina e Laboratório» foram volumes que a Prelo editou compondo uma "série de Monografias sobre Medicina e Laboratório" (como abre o prefácio ao primeiro volume, apresentando a série), todos da autoria do Doutor Luís Ernâni Dias Amado.
Sobre
- RIM - fisiologia, laboratório e interpretação de análises clínicas
- LÍQUIDOS ORGÂNICOS - metabolismo da água, electrólitos e ácido-base
- TUBO DIGESTIVO - Vol. 1 (BOCA, ESÓFAGO E ESTÔMAGO) - fisiologia, laboratório e interpretação de análises clínicas
TUBO DIGESTIVO - Vol. 2 (INTESTINO) - fisiologia, laboratório e interpretação de análises clínicas.
quarta-feira, agosto 06, 2008
A Prelo Editora - 15
Cartas de fuzilados
Que tempos são estes,
terça-feira, agosto 05, 2008
A Prelo Editora - 14
segunda-feira, agosto 04, 2008
O teatro no con(tra)texto
(ensaiozinho)
- O texto
- A sua interpretação
- - pela voz dos intérpretes
- - pela expressão corporal dos intérpretes
- O “ambiente” criado pela cenografia (o espaço – também onde e como integrar o público na inter-acção –, a iluminação, o som)
Por isso, há quem considere o teatro a arte das artes, com o encenador a ser o coordenador de todo o trabalho colectivo que o teatro exige. O trabalho do tratamento do texto, o dos actores, o da luz, o do som, o dos coreógrafos, o dos pintores-cenógrafos, o dos músicos, o dos carpinteiros, dos contra-regras, e alguns que já não. Isto digo eu, que de teatro apenas gosto muito, e há muitos anos.
As duas últimas representações ditas teatrais a que assisti agradaram-me imenso. Mas deixaram-me a pensar.
Num caso, porque não estive a assistir a/participar em um espectáculo teatral, estive a assistir ao trabalho visível e espectacular de Maria João Luís, decerto respeitando as instruções do encenador invisível, num discreto espaço cénico apropriado para aquela exibição. Mas… e o texto? Não senti a preocupação de que o texto (e era, ao que me apercebi, muito boa a tradução) chegasse perfeitamente audível ao espectador – a quem se contava a história, ali ao vivo.
Aplaudi calorosamente a Maria João Luís, gostei daquilo a que assisti… mas fiquei a pensar.
Ontem, fui ver, no Meridional teatro, Cabo Verde – contos em viagem. Como é de uso (*) dizer, em boa hora segui o conselho: “não percam!”. É mesmo de não perder, ou era porque foi a última representação.
Por obra e arte de Carla Galvão (e do excelente Fernando Mota), viajei por Cabo Verde, num regresso sempre desejado (“bai é magoado, bem é doce”). Num espaço cénico que nos colocou, aos que se sentaram naquelas cadeiras, onde se queria que estivéssemos (e onde queríamos estar), com o som ali feito sem truques mas quase com magia, a voz e o corpo de Carla Galvão contaram-nos, e fizeram-nos saborear estórias caboverdeanas, com as palavras de tantos (e tão bons) autores que tão bem conhecemos. Mas… os textos, desses autores, foram subalternizados, misturados, amalgamados. E não num texto novo.
O texto tornou-se pretexto, e não foi elemento essencial do acto teatral. Do espectáculo de uma mulher-só, que aplaudi até me cansar, por muito injusto que dizer isto seja para Fernando Mota.
E esta é outra questão que me faz pensar. Parece que o teatro, estes dois actos teatrais a que fui assistir – em que fui participar –, está a transformar o trabalho colectivo que se apresenta ou representa em exibição individual de um trabalho colectivo que se apaga. Diria um vizinho meu, que tem o hábito de repetir o que outros dizem, sinais dos tempos.
____________________________________
(*) - bilhete do espectáculo, também comprovativo que sou "anormal" (por ter mais de 65 anos!) pois os "normais" pagavam 10 euros!
domingo, agosto 03, 2008
A Prelo Editora - 13
- o significado da desvalorização
- antecedentes próximos
- a decisão e os objectivos
- respostas internas
- reacções internacionais
- a posição da Espanha
- a posição de Portugal
- os Estados-Unidos
- "mercado comum"
- a corrida ao ouro e o sistema (monetário-internacional)
sábado, agosto 02, 2008
A Prelo Editora - 12
Como esta, em que juntam crónicas de Urbano Tavares Rodrigues e fotografias de Eduardo Gageiro. Com textos e fotos no "miolo" que estão bem condizentes com o "aperitivo" da capa...
.
.
.
(...)
«Rapaz, vamos como dantes,
sirvam-nos estas lições:
É mais que tolo quem dá
ao Mundo satisfações»
A Prelo editora - 11
- Leituras históricas - as origens da República, de Flausino Torres
- Ensino: sector em crise, de Rogério Fernandes
- História contemporânea do povo português - I, de Flausino Torres
- Revelando a velha África, de Basil Davidson
- O estatuto da imprensa, de vários
- A legislação eleitoral e sua crítica, de José Magalhães Godinho
- A mulher na sociedade contemporânea, colóquios na Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa
- História contemporânea do povo português - II, de Flausino Torres
- Capitalismo e emigração em Portugal, de Carlos Almeida e António Barreto
- História contemporânea do povo português - III, de Flausino Torres
- Ordem dos advogados, advocacia, de José Magalhães Godinho
As capas e o logotipo eram de Miguel Flávio
sexta-feira, agosto 01, 2008
A Prelo Editora - 10
Ó Mia!
Paciência. Melhores livros virão!
Guardei duas notas:
- na página 110 - "Desses, como ele dizia, a quem o cu cresce mais que a cadeira."
- na página 154, duas falas de Munda - "O tempo é o lenço de toda a lágrima" (...) "O senhor não conhece o tempo, não sabe como o tempo é o único remédio"
1º de Maio (em 1962 e em 1974)
Vêm com o rosto de todos os dias
o olhar de todos os dias
as mãos e os pés de todos os dias
cansados de preencher impressos
moldar metais
afeiçoar madeiras
rodar motores e válvulas
sujos de óleo e poeira
deslumbrados de sol
operários . empregados de escritório . vendedores de porta a porta
dir-se-ia que cantam
.
De súbito . a cidade parece banhada de alegria
estamos juntos meu Amor
possessos da mesma ira justiceira
Damos as mãos como dois jovens namorados
e sorrimos felizes
à doce primavera acontecida
no magoado coração da pátria
Vêm de toda a parte sem idade
Redescobrem palavras esquecidas
e no silêncio cúmplice desfraldam
um novo e claro amanhecer do mundo
.
Vêm de mãos vazias . nem flores simbólicas
nem ramos de oliveira
Entre os seus dedos apenas desabrocha
o obscuro desejo de apertar outras mãos
como as suas . nervosas . sujas . proletárias
.
E eu limpo . eu meticulosamente barbeado
eu de papéis em ordem
eu vestido de nylon dralon leacril
eu rigorosamente asséptico
eu mergulhado até às virilhas na placidez burguesa
vou convosco cantando companheiros
irmãos em pátria
em sonho em sofrimento
.
Ah riso aberto . coração do povo
cálice . flor . inesperado aroma
doce palavra antiga
liberdade
.
.
Doce palavra antiga, de todos os poetas, também de Éluard
(… Et par le pouvoir d’un mot
Ah! os poetas…
por isso eles são o inimigo. Quando têm as mãos nervosas . sujas . proletárias.
quinta-feira, julho 31, 2008
A Prelo Editora - 9
- 1. fim de década começo de quê?
- 2. começo de quê viragem para onde?
- 3. viragem para onde ao serviço de quem?
- 5. sobre a crescente intervenção do Estado (Novembro de 70)
- 6. as sociedades multinacionais contra o Estado (Março de 71)
- 7. Plano (Junho de 71)
- 8. Função social da maternidade. Moeda europeia (Julho de 71)
- 9. Duração do trabalho (Novembro de 71)
- 10. A (nova) política industrial. Alta de preços e custo de viver (Dezembro de 71/Janeiro de 72)
- 11. Segurança europeia (Abril de 72)
- 12. A imprensa em questão (Setembro de 72)
- 13. As férias dos emigrantes. O aumento das rendas de casa (Dezembro de 72)
- 14/15. O trabalho e a mais-valia (Fevereiro de 74, este número já proíbido por a Prelo não dispor de... alvará para publicações periódicas).
Sempre com capas e paginação do Manuel Augusto Araújo, é justo que se sublinhe.
.
.
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visado pela Comissão de Censura