É sabido - por quem de mim sabe umas coisas - que tenho pelo escritor Daniel Pennac uma grande admiração. Desde Comme un roman. Julgo ter lido tudo que publicou, ou pelo menos tudo o que vou sabendo que publicou. Agora, em Paris, lá andei a vasculhar prateleiras de livrarias, e descobri uma coisa que procurava, Ecrire. Deste livro falarei.
Hoje, escrevo sobre outro, que o Ecrire me fez retirar de um amontoado de livros, e reler. Este, a Sacanice, é um livro de banda desenhada, que Pennac fez com Tardi, e que deve ser o único Pennac que li em português, que a Terramar editou em 2000.
Hoje, escrevo sobre outro, que o Ecrire me fez retirar de um amontoado de livros, e reler. Este, a Sacanice, é um livro de banda desenhada, que Pennac fez com Tardi, e que deve ser o único Pennac que li em português, que a Terramar editou em 2000.
(a edição é cuidada, a tradução aceitável... tirando o título que não sei porque carga de água transformou La Débauche em A Sacanice, quando se está mesmo a ver que O Deboche!)
É um verdadeiro Pennac, com os seus personagens excessivos (débouchés?), o seu ambiente parisiense, com Tardi a dar boa réplica (e a tradução portuguesa também, tirando o título).
A banda desenhada é dedicada:
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Aos despedidos
Aos dispensados
Aos flexibilizados
Aos redimensionados
Aos precarizados
Aos globalizados
Em suma, a todos os que estão a ser cilindrados.
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Isto em 2000. Passaram mais de 10 anos, mais de uma década e a dedicadórias tornou-se ainda mais actual.
Deixo um bocadinho de La Débauche, em que, numa jaula do Jardim Zoológico, há uma jaula com um animal devidamente identificado:
Homo sapiens - Desempregado - Europa -
Homo sapiens -Labore carens - Europaeus