Nos “50 anos…” deixei aqueles três nomes - Álvaro, Graça, Saramago - como minhas referências históricas, porque na História estão aqueles três homens que conheci e com quem convivi.
E, como me lembrei enquanto decorria a sessão na associação-a-criar Conquistas da Revolução, a eles deveria ter juntado o nome de Vasco Gonçalves.
Porque a nossa luta, na associação a criar, é a de evitar que um homem com aquela dimensão histórica (e humana, se não é redundante...), e com a enorme importância que teve na nossa História, seja desta apagado, ou que nela apenas fique como insultuosa caricatura que dele querem traçar aqueles que o não conseguem apagar. Como se não tivesse existido, ou nenhuma importância tivesse tido.
Acrescentei, agora mesmo - hoje -, o nome de José Gomes Ferreira, que apenas conheci de ler – e de ver, ao longe, com os seus longos cabelos brancos e ar bom e de poeta –, mas que, ao “descobrir” os seus Dias Comuns (vão no 5º volume), foi como se tivesse vivido com ele o que vivi enquanto ele escrevia o tempo e os acontecimentos que ambos vivemos. Com 35 anos de distância entre nós, vivendo o mesmo tempo e os mesmos acontecimentos. Que ele me fez reviver como que iluminados pela sua cultura, lucidez e militância.
E, depois dessa “descoberta” que a estes “dias de agora” me trouxe, a redescoberta da “memória das palavras ou o gosto de falar de mim” (que título!) e da “imitação dos dias” (que título!).
São os meus homens históricos.