domingo, junho 24, 2007

Artesanato, poemas de Joaquim Castilho, no dia 30

INFORMAÇÃO-CONVITE

no dia 30 de Junho,
pelas 16 horas

Joaquim Castilho
vai apresentar
o seu livro


no espaço

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haverá, em seguida,
uma pequena feira de livros, com grandes descontos

quarta-feira, junho 20, 2007

No cavalo de pau com Sancho Pança - 37

Intenções tinha, e boas, de fazer o que me prometi no episódio de cópia anterior. Chegar ao fim da página 181 e virá-la para a página 182. Mas o caso é que tropecei nas primeiras linhas da tal página 181 e não resisti, até porque, nessa página, Mestre Aquilino nos ajuda a ler as duas partes do D. Quixote. E pode resistir-se a isto?:
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Na Primeira Parte, Cervantes abstrai do tempo. Dizer que toda ela é um anacronismo de fio a pavio, não é descoberta nenhuma. Somadas diuturnidades da acção, hora por hora, marcha através dos campos de Montiel, estadia na pousada, permanência na Serra Morena, regresso à estalagem do Canhoto, teremos uma semana, e não mais. Todavia tem-se a impressão duma extensa jornada pelos tempos e o espaço. Quem saberá dizer há que séculos o cavaleiro do elmo de papelão saiu a favor dos escuro da alba pela porta travessa da abegoaria? Sancho perdeu a tramontana.(...)
Na Segunda Parte, Cervantes soube eximir-se de todo ao cômputo. O rio não leva margens. Sem pastorais nem flabiaux, reconcentrada a acção, articulados os episódios como num tronco franças e ramos, a pena do escritor lavra direita e segura. O talento de Cervantes, em despeito das inibições e constrangimentos, à medida que se vai expandindo sobe em altitude. Senhor do filão precioso, explora-o firmemente, sem titubear.
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Breve farei o salto de página que me prometi. Mas não resisti à transcrição deste naco, também porque não fui capaz de cavalgar por cima desta questão do sonho e da ausência de cronologia para o reger, como diria o Mestre.

domingo, junho 10, 2007

No cavalo de pau com Sancho Pança - 36


... e aqui estou, ainda na página 179:

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Ao tempo, esta arenga, cortada ao padrão ciceroniano, devia ser um primor de dialéctica. Hoje, o próprio mundo materialão confere a primazia ao espírito sobre qualquer outra actividade. Ao tempo, o mester das armas estava à cabeça do rol, e compreende-se dado o estado do mundo, cheio de reisetes, príncipes, grãos-duques ou simplesmente duques, rebotalho medieval, que se guerreavam como cães, e predominavam a tudo o mais. D. Quixote é um livro vivo, mesmo com toda esta cambada morta. O pouco que envelheceu está na teórica dos discursos aos cabreiros e parlendas eruditas do cónego prebendado. Mas que árvore frondosa não tem ramos secos?
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Bem a contragosto terei de saltar umas duas páginas. Aqui voltarei, já no fim da página 181 a virá-la para a 182.

No cavalo de pau com Sancho Pança - 35

Por outras andanças tenho corrido sem de aqui, destas cercanias, sair. E à minha espera - como gostaria de ter razões para dizer... da nossa - estava este pedacinho de prosa que, pelas suas analogias e heresias, parece que Mestre Aquilino o escreu para hoje:
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Nos discursos, D. Quixote é um sofrível deputado socialista conservador, se este amálgama político não é heresia. As suas proposições, que nem sempre são paradoxais, por vezes roçam pela trivialidade. Mas anima-as um propósito de igualização social, não só pelo que lhe vem da prática do mundo como pelo que corresponde ao seu etos de fundo humanitário. O discurso sobre as armas e letras lembra uma destas tiradas de academia em que os sócios, sonolentos, vetustos e conspícuos, acenam com a cabeça aprovativamente e ao fim dão palmas. Tais D. Fernando, o gabiru armoriado, Cardénio, o licantropo, o Cativo, etc.
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Para não ultrapassar a medida que, a juizo do copista, deve ter um "post", vou ali e já venho, logo retomando a arenga.

quinta-feira, junho 07, 2007

Rubem Fonseca!

Duas resposta numa entrevista (em Feliz Ano Novo):

"'Você escreve os seus livros para um leitor imaginário?'

'Entre os meus leitores existem também os que são tão idiotas quanto os legumes humanos que passam todas as horas de lazer olhando televisão. Eu gostaria de poder dizer que a literatura é inútil, mas não é, num mundo em que pululam cada vez mais técnicos. Para cada Central Nuclear é preciso uma porção de poetas e artistas, do contrário estamos fodidos antes mesmo da bomba explodir.'"

"'Última pergunta: você gosta de escrever?'
'Não. Nenhum escritor gosta realmente de escrever. Eu gosto de amar e de beber vinho: na minha idade eu não deveria perder tempo com outras coisas, mas não consigo parar de escrever. É uma doença.'"

domingo, junho 03, 2007

Na Serra de Aire não há, por enquanto, giestas...

... mas haverá!, diz o anónimo do século xxi


e diz, também, que não tendo sido a "enchente" que justificavam o autor (e o livro) e o apresentador (ver blog Vale a pena lutar - combate.blogspot.com), houve uma conversa animada entre estes três e outras e outros que por alí deram por bem ocupada a tarde de sábado.

Depois, ainda houve uma assembleia geral extraordinária que tomou algmas decisões importantes para a Som da Tinta (livraria) de que breve se dará conta.

sábado, junho 02, 2007

Hoje, às 16.30

Por um tempo de giestas...