sexta-feira, janeiro 26, 2007
No cavalo de pau com Sancho Pança - 14
quinta-feira, janeiro 25, 2007
No cavalo de pau com Sancho Pança - 13
João Carlos Silva no espaço Som da Tinta
... e, já agora, "façam o favor de ser felizes"! 'Tá bem?!
quarta-feira, janeiro 24, 2007
No cavalo de pau com Sancho Pança - 12
sexta-feira, janeiro 19, 2007
"Façam favor de ser felizes!"
e a sua disponibilidade
vai estar na
no dia 24 de Janeiro, 4ª feira,
a partir das 18.30 horas,
para conversar e conviver,
e apresentar o livro-intimação
apareçam!
No cavalo de pau com Sancho Pança - 11
A vida de Cervantes foi muito atribulada. E dela nos vai dando conta Aquilino no seu ensaio.
Depois de Lisboa (e a ela, e a Portugal, se voltará), "no ano da Graça de 1582", Cervantes escreveu uma carta que mereceu a Aquilino estes comentários (na página 103):
A carta de Cervantes, pródiga em salamaleques e de redacção retorcida, endereçada já de Madrid para Lisboa, parece mais a de um demandante vulgar, corrido, mas sempre delicado, acalentando em si voltar com o cantil, pois que evita queimar as pontes, mas de letras mal estreadas nestas maranhas. Afinal, denuncia o estado de espírito e a situação do homem aux abois com aquele estilo tão fora das normas do cursivo burocrático. esse para o qual os escritores de raça têm visceral inaptidão. O enrodilhado da frase constitui ainda a prova iniludível de quanto o escritor se via contrafeito, sabe-se lá em que horas de desnudez absoluta. Quem em semelhantes auges escreve uma carta com altivez e rectitude mental? O mesmo acontece ao postulante que se apresenta à potestade, de corda ao pescoço. Entaramela-se-lhe a voz e as palavras que profere carecem de propriedade, se algum nexo encerram. O infeliz é canhestro. Odioso. Vendo-se ao espelho, seria o primeiro a reconhecer que merecia ser corrido a pontapés. Em geral despedem-no com requintes de cerimónia e compostura.
quinta-feira, janeiro 18, 2007
No dia 27, às 15 horas, Ourém na Som da Tinta
No dia 27 de Janeiro, pelas 15 horas,
mais uma apresentação de um livro...
mas de um livro especial:
um livro que tem Ourém lá dentro
(e muita gente de Ourém, conhecida e amiga)
Será um reencontro e conversa
de quem fotografou e legendou
com
quem foi fotografado e legendado
vai ser giro!
No cavalo de pau com Sancho Pança - 10
quarta-feira, janeiro 17, 2007
No cavalo de pau com Sancho Pança - 9
terça-feira, janeiro 16, 2007
No cavalo de pau com Sancho Pança - 8
segunda-feira, janeiro 15, 2007
No cavalo de pau com Sancho Pança - 7
segunda-feira, janeiro 08, 2007
No cavalo de pau com Sancho Pança - 6
No cavalo de pau com Sancho Pança - 5
São reacções que terão a ver, talvez, com o que li, na página 49, em que Aquilino fala “do(s) vago(s) poeta(s) de água doce nas horas de ócio”.
“Vicente Espinel dizia que não havia ninguém mais doido que um português. Era essa uma forma de elogiá-los, pois que não é com bom senso que se forjam os heróis, nem dos sensatos e prudentes saem os grandes homens em qualquer coisa, mesmo com mulheres. Para Cervantes os portugueses, haja ainda em vista o que diz na Galateia, são os únicos que morrem de amor. Contando a história – escreve ele – la creyerán, por tener casi en costumbre el morir de amor los portugueses."
sábado, janeiro 06, 2007
No cavalo de pau com Sancho Pança - 4
"(...)Da massa destes cativos, sem nome, sem medo e sem responsabilidades, saíam os renegados. O sofrimento tinha limites. Uma vez que abjurassem da lei em que haviam nascido e abraçassem o novo estado de coisas, acabava-se o cativeiro. Era disso que se temia o Pe. Graciano no Tratado de la redempción de captivos. Por toda a Berberia se verificava andar a grande maioria dos cristãos esquecida da lei de Deus e em risco de perder-se. Os moiros empenhavam-se particularmente em conduzi-los a renegar, casando-os com as filhas, às vezes ricas e bonitas. E acrescenta na mesma ordem de ideias o padre: Doze mil escudos, ouro, prometia certo moiro a um sacerdote cativo em Tunes se quisesse renegar e casar com a sua menina de 15 anos, a qual era extremamente bem-parecida. Com semelhantes tentações por um lado, sevícias por outro, os trânsfugas para o arraial de Mafona eram aos cardumes."
(...)
"A França amansou e civilizou aquela corda de terras agarenas que andavam fora de toda a lei, arrasando os antros abomináveis. E agora pesam aos argelinos e tunisinos os grilhões que outrora deitavam aos outros. A história vai-se desdobrando segundo um ciclo sem fim e mal é que paguem os homens dois dias de sol com cem anos de tempestade (...)"
sexta-feira, janeiro 05, 2007
No cavalo de pau com Sancho Pança - 3
No cavalo de pau com Sancho Pança - 2
quinta-feira, janeiro 04, 2007
No cavalo de pau com Sancho Pança - 1
A acompanhar a tradução do D. Quixote, e antes, e depois, Aquilino documentou-se, estudou, comentou, escreveu sobre Cervantes, a sua vida, o D. Quixote (e o Sancho Pança) que criou.
Cada página quase convida a ser transcrita. Como estímulo à leitura (e não só de Aquilino), vou aproveitar textos sem a certeza de que serei capaz de travar, de não ser excessivo.
Começo pela página 17, em que, ao esboçar o retrato da família de Cervantes, Aquilino escreve:
"(...) O patriarca, Rodrigo Cervantes, era barbeiro-cirurgião, mal-avindo de clientes devido à surdez. O que lhe valia era ser pai de umas raparigas fanchonaças, que representam sempre o melhor chamariz de freguesia em qualquer ramo de negócio. Ao tempo, a arte médica consistia, mais que tudo, em sangrar, sarjar um leicenço com a mesma lanceta da flebotomia, levantar a espinhela caída. Encanar um braço ou perna partida, mediante uma chapada de pez e canas laminadas, era função particular dos algebristas, que mais correntemente chamavam endireitas. Ao tempo revinha ainda aos barbeiros fazer a barba, enfeitar e vestir aos defuntos de qualidade, e desta função piedosa auferiam os melhores réditos(...)"