sexta-feira, janeiro 09, 2009
O elefante e a sua viagem
sexta-feira, janeiro 02, 2009
Ho Chi Minh - Carnet de prison
(Editions Thé Giói, Hanoi - 2006)
Reproduzo um excerto do texto anexo de Phan Nhuan, tradutor do vietnamita para francês, e dois poemas, que me atrevo a trazer para português, vindos do original chinês, em que Ho Chi Minh os escreveu, do sino-vietnamita para que foram transcritos e do francês, tal como estão neste belo pequeno livro, verdadeira prenda de aniversário.
1
Julho de 1946, Paris.
No salão de um grande hotel da “rive droite”, um jornalista fresco e rosado há um quarto de hora que persegue com questões insidiosas um homem magro, profundamente marcado pelo sofrimento e as privações, sentado atrás de um ramo muito simples de rosas vermelhas.
À volta, uma centena de repórteres e observadores de vários países.
O jornalista – Senhor Presidente, é comunista, não é verdade?
O homem, pacientemente – Sim.
- Fez a Resistência?
- Sim.
- Quanto tempo?
- Cerca de quarenta anos.
- Também esteve preso!
Percebeu-se onde o jornalista queria chegar.
- Sim.
- Que prisões?
- Muitas prisões, senhor.
- Longo tempo?
O homem magro sorriu um certo sorriso, olhou o jornalista fresco e rosado.
- Sabe?, quando se está preso, o tempo é sempre longo!
Mas, preso, não tendo nada melhor para fazer
Para passar os longos dias e me ajudar a viver
Eu rimo enquanto espero ver a Liberdade
3.
Sinto o perfume das flores, ouço o voo das aves em liberdade.
Cheirar, escutar… não me podem proibir esta felicidade
Que faz o caminho menos triste e os homens menos isolados.