tag:blogger.com,1999:blog-353504772024-03-07T19:15:13.637+00:00Som da Tinta - livros e leituras a vários sons, tons e coresum espaço cultural, um blog.
em Ourém.Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.comBlogger251125tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-59036500166614318642019-08-11T00:07:00.001+01:002019-08-11T00:09:50.656+01:00DA PAZ E DA CONCÓRDIA<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZdDcaeNTDPGolsUrhSIWPZ3YA0rn-bwZMVy1c3raxy7P854aaN1WFEZsd0VJDXFCRZCXmnLbQTw4NYnm-nyun_4RK2zGEuMNfRoLVkjb8BnUN6_yY-GmzSCDpUWesgbxU9O_M/s1600/Onde+estava+Vossa+Merc%C3%AA.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1103" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZdDcaeNTDPGolsUrhSIWPZ3YA0rn-bwZMVy1c3raxy7P854aaN1WFEZsd0VJDXFCRZCXmnLbQTw4NYnm-nyun_4RK2zGEuMNfRoLVkjb8BnUN6_yY-GmzSCDpUWesgbxU9O_M/s200/Onde+estava+Vossa+Merc%C3%AA.jpg" width="137" /></a>Desde 2013 que este blog estava silencioso. No dia de hoje, 10 de Agosto, retomamo-lo. Porque é o dia de S.Lourenço e o autor da edição Som da Tinta, <i>Onde estava Vossa Mercê nos Painéis?,</i> no-lo lembrou. Obrigado.<br />
Aqui voltaremos.<br />
<div align="center" class="normal" style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-pKdVz2TcvgoF-X4QVs2UGBJs4nKx4AIpakqR--otNo0IOt6-YbjGHo0VrMls5ZWxyrYOeTsrUuFcpBIxfKMURTPWROX78c5lrMHRzrTC8yNHENsKtekAanhWQu-xGSY46JcJ/s1600/S.Louren%C3%A7o.bmp" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1150" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-pKdVz2TcvgoF-X4QVs2UGBJs4nKx4AIpakqR--otNo0IOt6-YbjGHo0VrMls5ZWxyrYOeTsrUuFcpBIxfKMURTPWROX78c5lrMHRzrTC8yNHENsKtekAanhWQu-xGSY46JcJ/s640/S.Louren%C3%A7o.bmp" width="460" /></a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVEaiK4d9D64HHeH6T0-dNEBRFQKWO6_6pakyzSRGb_RMj96F0hGbItdzq7KGnCfxsILguacBeIyonEyHTwvbfpSTEjbTj44mT8GUg1HxzyAXidiJdo5hiaae-s-WzsKkaCK9u/s1600/S.Louren%C3%A7o-2.bmp" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1150" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVEaiK4d9D64HHeH6T0-dNEBRFQKWO6_6pakyzSRGb_RMj96F0hGbItdzq7KGnCfxsILguacBeIyonEyHTwvbfpSTEjbTj44mT8GUg1HxzyAXidiJdo5hiaae-s-WzsKkaCK9u/s640/S.Louren%C3%A7o-2.bmp" width="460" /></a></div>
<br /></div>
Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-77354217792471752542013-01-08T11:16:00.003+00:002013-01-08T11:18:06.226+00:00João Sem Medo na Oficina de Escrita e Leitura<span style="text-align: justify;">Nas minhas tarefas docentes, e que procuro que
sejam decentes..., na </span><span style="text-align: justify;"><em>Universidade Sénior de Ourém</em></span><span style="text-align: justify;">,
dou (é como quem diz) agora uma </span><em style="text-align: justify;">"cadeira"</em><span style="text-align: justify;"> a que chamei
</span><span style="text-align: justify;"><em>Oficina de Escrita e Leitura,</em></span><span style="text-align: justify;"> que pretende se mais
um</span><em style="text-align: justify;"> "banco de carpinteiro"</em><span style="text-align: justify;"> em que as palavras sejam aplainadas... e tudo
o mais que a uma oficina de marcenaria se pede.</span><br />
<div class="post-body entry-content" id="post-body-9003294956369112979" itemprop="description articleBody">
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2ed80ghfOIy9ufyTMZ8iRs-LZjrapGJJUCIPD12g6x7LGokS5LHknzyQn5I7WORAVJYn8FvoHleM56oQHkX6kJvNTVPJQGpbeGej75mLvuS2AtyTafJRiaT1G7rOITVZakNN8/s1600/banco+carpinteiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" closure_uid_bfgi50="3" height="182" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2ed80ghfOIy9ufyTMZ8iRs-LZjrapGJJUCIPD12g6x7LGokS5LHknzyQn5I7WORAVJYn8FvoHleM56oQHkX6kJvNTVPJQGpbeGej75mLvuS2AtyTafJRiaT1G7rOITVZakNN8/s320/banco+carpinteiro.jpg" width="320" /></a></div>
<b>Estou agora a pedir ajuda
a um Mestre, o "Professor Doutor" <em>José Gomes Ferreira</em>,
e à sua maravilhosa obra <em>Aventuras de João Sem Medo</em>
(porque é obra de recorte... fantástico e de maravilha que deveria ser de
leitura periódica desde que foi publicada em 1963, veja-se lá!). Por isso se
está a ocupar metade da nossa hora de convívio semanal com a leitura do
livrinho, capítulo a capítulo, com comentários e conversa que até podem levar a
meia-hora para além da recolha do livro de ponto e a entrar pela hora
seguinte.<br />
</b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL2_UlCpH5tHQVoxqe5Mk-I51x67YuKV1DD8_yg6v4cZ_iOhBIkWHHVL6xrR79Hixp-CyPKkJ3KGHho1sgk_rZ6ZMLFcc-E5ZMwD2HWDY003LbS9QqmRi4d91evDeRkhwtptpV/s1600/Zé+Gomes+-+Jo%C3%A3o+Sem+Medo+-+capa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" closure_uid_bfgi50="4" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL2_UlCpH5tHQVoxqe5Mk-I51x67YuKV1DD8_yg6v4cZ_iOhBIkWHHVL6xrR79Hixp-CyPKkJ3KGHho1sgk_rZ6ZMLFcc-E5ZMwD2HWDY003LbS9QqmRi4d91evDeRkhwtptpV/s320/Zé+Gomes+-+Jo%C3%A3o+Sem+Medo+-+capa.jpg" width="211" /></a></div>
Então, no capitulo I, o
<b>João Sem Medo</b>, farto de choraminguices, resolve sair da terra onde vivia,
chamada <b>Chora-Que-Logo-Bebes</b>, e são-lhe oferecidos dois caminhos, depois
de ter saltado o Muro, o caminho bom (o da Felicidade) e o mau (o da
infelicidade), que assim lhe são apresentados por uma Fada - no mínimo esquisita
porque era um Fado travestido...<br />
Claro que o João Sem Medo escolheu o bom
caminho, o da Felicidade, mas teve logo um acolhimento pouco animador. De um
<i>"monstro sem cabeça"</i> (os pormenores não vêm para aqui) a fazer de
recepcionista.<br />
Depois de uns preâmbulos, veio esta <i>"saudação com voz
desentoada de ventríloquo:</i><br />
<i>- Que a paz e a estupidez sejam contigo,
Vens preparado para a operação?</i><br />
<i> - Que operação? - interrogou João Sem
Medo, suspeitoso.</i><br />
<i>O descabeçado, de cigarrilha na boca do estômago,
expôs-lhe então </i><i>com paciência burocrática: </i><br />
<i> - Ninguém pode
seguir o caminho asfaltado que leva à Felicidade Completa sem se sujeitar a este
programa bem óbvio. Primeiro: consentir que lhe cortem a cabeça para não pensar,
não ter opinião nem criar piolhos ou ideias perigosas. Segundo e último: trazer
nos pés e nas mãos correntes de ouro..</i><br />
<i>João Sem Medo ouriçou-se numa
reacção instintiva:</i><br />
<i> - Nunca! Bem se vê que não tens a cabeça no seu
lugar.</i><br />
<i> - Realizada esta insignificante intervenção cirúrgica -
prosseguiu o monstro imperturbável -, ninguém te impedirá de gozar o resto da
vida na boa da pândega e da abastança. E tudo de graça. Porque quem não tem
cabeça não paga nada."</i><br />
<br />
<b>Qual a reacção do João Sem Medo e muito mais
coisas do maior interesse (e oportunidade!, em 1963, hoje e amanhã) vêm a
seguir... estão no livro. E na vida.</b></div>
<div style="clear: both;">
</div>
</div>
Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-69243784658595699252011-09-21T13:08:00.000+01:002011-09-21T13:08:45.908+01:00Júlio Resende (23 de Outubro de 1917-21 de Setembro de 2011)<div style="text-align: center;"><strong>25 de Abril (1999)</strong></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8ygx7LKLjQPgZiRqompZwU0pGWfld3NjQQHc3xRRbtPL098MhKtI-8THEZLCOP3sBs0lX4AZOp8SA7FIYAnkgFSBIsET5rIReIVeXcE8Fc_hKyT7JNeFIFUoEC-vBhFOjdDLu/s1600/JulioResende_1999_25DeAbril.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" hca="true" height="400px" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8ygx7LKLjQPgZiRqompZwU0pGWfld3NjQQHc3xRRbtPL098MhKtI-8THEZLCOP3sBs0lX4AZOp8SA7FIYAnkgFSBIsET5rIReIVeXcE8Fc_hKyT7JNeFIFUoEC-vBhFOjdDLu/s400/JulioResende_1999_25DeAbril.jpg" width="278px" /></a></div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-4519290052472618862011-05-30T11:47:00.004+01:002013-01-08T11:20:41.828+00:00Página de "dias de agora" - aqui<div style="text-align: justify;">
Nos <em><strong>“50 anos…”</strong></em> deixei aqueles três nomes - <strong><em>Álvaro, Graça, Saramago</em></strong> - como minhas referências históricas, porque na História estão aqueles três homens que conheci e com quem convivi. </div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
E, como me lembrei enquanto decorria a sessão na associação-a-criar <strong><em>Conquistas da Revolução</em></strong>, a eles deveria ter juntado o nome de <strong><em>Vasco Gonçalves</em></strong>. </div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
Porque a nossa luta, na associação a criar, é a de evitar que um homem com aquela dimensão histórica (e humana, se não é redundante...), e com a enorme importância que teve na nossa História, seja desta apagado, ou que nela apenas fique como insultuosa caricatura que dele querem traçar aqueles que o não conseguem apagar. Como se não tivesse existido, ou nenhuma importância tivesse tido. </div>
</div>
</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: left;">
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6pYuCSnozmDWa0NJSxbHJBz07BpV0GMoJUNWBaRit8Wxf37YGQAKmyj7dtk72O_1mhADgvY1xZj6UQXKHG1RfVsnfKzRhQCrGn_18ScP31iCHH3zB2KxWUJOEC7LO-VaqLqt4/s1600/ZeGomesII.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; cssfloat: right; float: left; height: 113px; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; width: 90px;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6pYuCSnozmDWa0NJSxbHJBz07BpV0GMoJUNWBaRit8Wxf37YGQAKmyj7dtk72O_1mhADgvY1xZj6UQXKHG1RfVsnfKzRhQCrGn_18ScP31iCHH3zB2KxWUJOEC7LO-VaqLqt4/s1600/ZeGomesII.jpg" t8="true" /></a></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<br /></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<br /></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<br /></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<br /></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<br /></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<br /></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
Acrescentei, agora mesmo - hoje -, o nome de <strong><em>José Gomes Ferreira</em></strong>, que apenas conheci de ler – e de ver, ao longe, com os seus longos cabelos brancos e ar bom e de poeta –, mas que, ao “descobrir” os seus <strong><em>Dias Comuns</em></strong> (vão no 5º volume), foi como se tivesse vivido <strong><em>com ele</em></strong> o que vivi enquanto ele escrevia o tempo e os acontecimentos que ambos vivemos. Com 35 anos de distância entre nós, vivendo o mesmo tempo e os mesmos acontecimentos. Que ele me fez reviver como que iluminados pela sua cultura, lucidez e militância. </div>
</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
E, depois dessa “descoberta” que a estes <strong><em>“dias de agora”</em></strong> me trouxe, a redescoberta da <strong><em>“memória das palavras ou o gosto de falar de mim”</em></strong> (que título!) e da <strong><em>“imitação dos dias”</em></strong> (que título!). </div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
São os <strong><em>meus homens históricos.</em></strong></div>
Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-77560678765568712682011-03-04T16:55:00.010+00:002011-03-04T17:39:06.973+00:00Gerry Adams<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvgTogBg9eKs_RoERYsWfJ_NKjRNHQA2vdDlRYxa3jpuqbmIwY91BeDDA19YI4MSen3gp4rPYobWe4tpILb1_OmnKIles5edl6L6Ho9QuBJPntEpFmatePzgxaU99Za9I5wxez/s1600/Gerry+Adams-capa.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 262px; FLOAT: left; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5580279932041166306" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvgTogBg9eKs_RoERYsWfJ_NKjRNHQA2vdDlRYxa3jpuqbmIwY91BeDDA19YI4MSen3gp4rPYobWe4tpILb1_OmnKIles5edl6L6Ho9QuBJPntEpFmatePzgxaU99Za9I5wxez/s400/Gerry+Adams-capa.jpg" /></a><br /><div><div>.<br />.<br />.<br /><div align="justify"></div>.<br /><div align="justify"></div>.<br /><div align="justify"></div>.<br /><div align="justify"></div>.<br /><div align="justify"></div>.<br /><div align="justify"></div>.<br /><div align="justify"></div>.<br /><div align="justify"></div>.<br /><div align="justify">.</div><div align="justify">.</div><div align="justify">.</div>.<br /><div align="justify">.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">A propósito de uma notícia (sobre as eleições na Irlanda, a 25 de Fevereiro) que vai sair no <em><strong>anónimo do sec. xxi</strong></em>, fui buscar, a uma estante, <strong><em>A Rua e outros contos</em></strong>, de <em><strong>Gerry Adams</strong></em>, de 1992, editado em português em 2002 (em tradução que muito me insatisfez), pela <strong><em>Campo das Letras.</em></strong></div><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Foi uma revisita. Saborosa. Quando lera o livro gostara de conhecer aquela faceta do "lider" do <em><strong>Sinn Féin</strong></em>, partido que estava no grupo em me integrei na tarefa no Parlamento Europeu, e que visitara em Belfast. </div><div align="justify">Sobretudo me tinham agradado os contos <strong><em>A rua</em></strong> e <strong><em>Como Paddy McGlade entrou em estado de graça</em></strong>, tendo deste último a reavivada memória do projecto de pôr em teatro, ou dramatizar, a história do filho que, excelente homem, estava frequentemente bêbado, o que dava enorme desgosto à mãe com quem vivia, e que se curou por ter tido uma "revelação" numa conversa com um "Anjo" num cemitério onde o levara uma grande bebedeira (a última...), e que a mãe atribuiu a intervenção de "Nossa Senhora", e a uma novena bem encomendada.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg40UYmuIR6JaJeleUfEDq5I6fpmJqPzFSaTu4js8Mow8bqQ5CXWpy56B8R70YKCWM6shS1kIKkCza2CCLaZhKGQcyjA59W8LuaMO-AVXKOADv5EbhsJ_uMHg8UHu7ET3g3z5u1/s1600/Gerry+Adams-contacapa.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 342px; FLOAT: right; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5580278599223945330" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg40UYmuIR6JaJeleUfEDq5I6fpmJqPzFSaTu4js8Mow8bqQ5CXWpy56B8R70YKCWM6shS1kIKkCza2CCLaZhKGQcyjA59W8LuaMO-AVXKOADv5EbhsJ_uMHg8UHu7ET3g3z5u1/s400/Gerry+Adams-contacapa.jpg" /></a></div></div></div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-23864344762851884342011-02-28T14:56:00.005+00:002011-02-28T15:53:48.610+00:00Pennac - La Débauche ou A Sacanice<div align="justify">É sabido - por quem de mim sabe umas coisas - que tenho pelo escritor <em><strong>Daniel Pennac</strong></em> uma grande admiração. Desde<em><strong> Comme un roman</strong></em>. Julgo ter lido tudo que publicou, ou pelo menos tudo o que vou sabendo que publicou. Agora, em Paris, lá andei a vasculhar prateleiras de livrarias, e descobri uma coisa que procurava, <strong><em>Ecrire. </em></strong>Deste livro falarei.<br />Hoje, escrevo sobre outro, que o <strong><em>Ecrire</em></strong> me fez retirar de um amontoado de livros, e reler. Este, a <em><strong>Sacanice</strong></em>, é um livro de banda desenhada, que Pennac fez com <em><strong>Tardi</strong></em>, e que deve ser o único Pennac que li em português, que a Terramar editou em 2000. </div><div align="justify"><span style="font-size:85%;">(a edição é cuidada, a tradução aceitável... tirando o título que não sei porque carga de água transformou <strong><em>La Débauche</em></strong> em <strong><em>A Sacanice,</em></strong> quando se está mesmo a ver que <strong><em>O Deboche</em></strong>!)</span></div><br /><strong><em><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 280px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5578760320956343410" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwTp3r0jLI6VLXoMLIemlgKQcz7cjfqpIQdczq3Z4VPNT8wC9Fegx7htoH_W95ZFYlK6uIO4bfU34Xnb7RTDX8gi44vtiPO5Jkj1UU596JhPDM2jbUcXftvtQXdIq50_5X6NBz/s400/Daniel+Pennac-Tardi.jpg" /></em></strong>É um verdadeiro Pennac, com os seus personagens excessivos (<em>débouchés?</em>), o seu ambiente parisiense, com Tardi a dar boa réplica (e a tradução portuguesa também, tirando o título).<br />A banda desenhada é dedicada:<br />.<br />Aos despedidos<br />Aos dispensados<br />Aos flexibilizados<br />Aos redimensionados<br />Aos precarizados<br />Aos globalizados<br />Em suma, a todos os que estão a ser cilindrados.<br />.<br />Isto em 2000. Passaram mais de 10 anos, mais de uma década e a dedicadórias tornou-se ainda mais actual.<br />Deixo um bocadinho de <em>La Débauche</em>, em que, numa jaula do Jardim Zoológico, há uma jaula com um animal devidamente identificado:<br /><div align="justify"></div><div align="center"><em>Homo sapiens - Desempregado - Europa - </em></div><div align="center"><em>Homo sapiens -Labore carens - Europaeus</em></div><div align="center"></div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 392px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5578766984316318354" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhoYVpoFuni1IkxmlziONmIShaylYrG3FPfVFXu9jwlRTaWJ1H5Iyi3Z9uH53ea20s8fNzUyYepqQgEx7c6u8CRep05IKM11e8kWHo3b9KfRMCS9TeCVATp0v0ZlWlvCH0OXmQ/s400/Daniel+Pennac-Homo+sapiens.bmp" /><br /><br /><div align="justify"></div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-75862292633939109402011-02-26T12:46:00.004+00:002011-02-26T13:23:03.463+00:00Contos não políticos - A amizade nas mãos<div align="justify">Estávamos num intervalo de acções de campanha eleitoral. Lanchávamos e conversávamos, no Centro de Trabalho de Alpiarça. Falávamos de <em>"coisas de África"</em>, da guerra. </div><div align="justify">O Jerónimo contava alguns episódios por ele vividos. De forma vivida, viva. A merecer ser contada e ouvida (ou lida) para além daquela conversa de lanche entre camaradas. Disse-lho. <em>"É pá!, isso devia ser escrito... aliás, acho que deveriam ser publicadas em livro algumas das tuas intervenções... mas estou a falar destas coisas não políticas..."</em></div><div align="justify">Ele olhou para mim, com um ar meio surpreso... <em>"Se calhar.</em>.." e acrescentou, como se só para ele, timidamente, <em>"... mas eu já publiquei umas coisitas... não leste?..., até já me publicaram um conto não político... e foi um sucesso...". </em></div><div align="justify">Não sabia! Disse-o, quase envergonhado.</div><br /><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 175px; DISPLAY: block; HEIGHT: 191px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5577979517975999570" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtkSEe63ZH9NNN1dAChmrwUhZDe3r4f1JUmx8rCwBH_qFFX-EDqct2Fla8UYAciE2ClPHxPTQNAJTrHWMf-rgAQD3kloeUwHLats8f8qBJaeADHYhG4pTKVWAPGcYxAc9H3SIg/s400/contos+pouco+pol%C3%ADticos.jpg" /><br />E ele contou. Naquela conversa. Ali. Informal e amiga.<br /><br /><div align="justify"><em>"Pois foi. Convidaram-me. Eu escrevi. E depois, vê lá tu..., o Marcelo Rebelo de Sousa, lá no programa dele, falou do livro, e fez uma referência elogiosa ao conto do Jerónimo... E mais: no lançamento do livro no Corte Inglês, o actor - não me lembro do nome... - que fora encarregado de escolher um texto do livro para ler, escolheu o meu. E leu-o muito bem. Houve alguns rangeres de dentes... Foi giro.»</em></div><div align="justify"><em></em></div><div align="justify">E ficou por ali a conversa. Ou melhor: mudou de assunto, até porque via-se que o Jerónimo nem tanto queria ter dito sobre o seu conto <em><strong>A amizade nas mãos</strong></em> e os <em><strong>Lá</strong></em> e <strong><em>Pis</em></strong>, nascidos de uma linda cerejeira e de um belo castanheiro, duas árvores que <em><strong>"cresceram juntas e fizeram uma grande amizade".</strong></em></div><div align="justify">Logo que me foi possível comprei o livro (ah!, a falta que me faz o<em><strong> Som da Tinta</strong></em>...), e gostei muito (mesmo muito!) do conto não político do Jerónimo de Sousa. Quando nos encontrámos, na vez seguinte (antes do começo da reunião do Comité Central, logo a seguir às eleições), disse-lho, quando ia a caminho do meu lugar. Sorriu, com timidez e - também - alguma não escondida satisfação: <em>"Ah! leste?... que bom teres gostado..."</em></div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-87802508887405294962011-02-26T12:18:00.002+00:002011-02-26T12:46:20.378+00:00Ecos do Som da Tinta - 1<div align="justify">Ainda aqui não voltei depois da sessão, na Biblioteca Municipal, sobre <strong><em>Memórias da/o Som da Tinta.</em></strong></div><div align="justify">Para alguns, foi (para mim foi)... comovente. Lembrar e encontrar. Lembrar alguns que já nos deixaram, encontrar tantos que quiseram vir encontrar-se com aquelas memórias!</div><div align="justify">Todo o trabalho que está por detrás destas Memórias, o registo da documentação (para que não se perca...), a lembrança em iniciativas como aquela, não pode ficar sem aqui ser referido. Com gratidão. </div><div align="justify">A tudo isto voltarei. Como vou dizendo. E nem sempre cumprindo. Ou só adiando...</div><div align="justify"></div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-2200525632818182252011-02-07T16:12:00.006+00:002011-02-07T16:46:57.130+00:00Memórias do Som da Tinta<div>E para aqui está, desde 30 de Junho, este blog abandonado. Imperdoável!</div><div align="justify">Quantas vezes, me sentei, aqui, com a intenção - <em>"desta vez é que é!"</em> - de o reanimar, de deixar umas notas sobre leituras que não parei de fazer, sobre <strong><em>o/a Som da Tinta</em></strong> e as suas memórias?</div><div align="justify">Quantas vezes? Mas, ao abrir o computador, ao ver os blogs, e os seus comentários, ao passar pelos mails, ao ter de acabar um texto para uma solicitação, lá ficava a intenção sem ser concretizada.</div><div align="justify">Talvez, sobretudo, um "acto falhado", talvez uma fuga a confrontar a dura realidade de <strong><em>o/a Som da Tinta</em></strong> não existirem já.</div><div align="justify">Mas, se isso também está na origem da ausência - e essa dura realidade é... uma realidade -, tenho de reagir. Assim me habituei!</div><div align="justify">Vamos lá, então.</div>.<br /><div align="justify">A <strong><em>Câmara de Ourém</em></strong>, na sua actividade cultural <strong>Museu/Biblioteca</strong>, além de outras louváveis iniciativas, resolveu acordar as M<strong>emórias do Som da Tinta</strong>, reavivar os seus <strong>Ecos.</strong> </div><div align="justify"><strong></strong> </div><div align="justify"><strong><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 298px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5570983520032088930" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisnygjyzW6LHC9U2sGH7BuCOZBHhT2VGUb_41w-CG8xmKLCJ-kp1_JnwqjjjuZunzT8D0mq1T48z1k1pj6Yc42iTaCanOyo9fAVwmY6w3CfiOHvi3qZanJVzbnRRcARHzvPJS3/s400/C%C3%A2mara-Museu.jpg" /></strong></div><div align="justify">Vai ser no próximo sábado, 12, e vai ser um reencontro. </div><div align="justify">Para que tal venha a acontecer muito trabalho se fez.</div><div align="justify">Decerto mais importante que este reencontro pontual foi a <strong><em>criação de um arquivo digitalizado</em></strong> de muita documentação sobre <em><strong>o/a Som da Tinta</strong></em>. Trabalho relevante, para que demos a nossa contribuição, facultando informações e dados, mas que foi, sobretudo, dos serviços da Câmara. </div><div align="justify">As memórias, assim, não se perdem, há um arquivo a lembrar o que foi uma actividade que "mexeu" com Ourém, ainda que muita gente não tenha dado por ela, ou não lhe tenha atribuido importância, ou a tenha esquecido. </div><div align="justify">Antes da sessão, muitos de nós, que estivemos ligados ao projecto e ao que foram 7 anos muito intensos, vamos juntar-nos <strong><em>num almoço-convívio no Xico Santo Amaro</em></strong>. </div><div align="justify">Também, e sempre, para lembrar os que, logo no começo da curta caminhada, a morte levou do nosso convívio e esforço colectivo, o Luís Nuno e o René.</div><div align="justify">A eles quero dedicar esta mensagem. Deles se falará nas memórias do Som da Tinta!</div><br /><br /><div align="justify"></div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-75555737173833459612010-07-30T16:11:00.007+01:002010-07-30T17:37:34.452+01:00"Ensaio" sobre tradução<div align="right">A uma tal <strong><em>Maria Castro Dias</em></strong></div><br /><div align="right"><strong><em>.</em></strong></div><br /><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Sim. Vou <span id="SPELLING_ERROR_0" class="blsp-spelling-error">atrever</span>-me a escrever um "ensaio" (entre aspas) sobre tradução. Em meia dúzia de linhas, à medida de um blog. Por isso, não será um ensaio (sem aspas).</div><br /><div align="justify">.</div><br /><div align="justify">Sempre que leio um livro traduzido, perco algum tempo a pensar - e a avaliar - a tradução. Uma obra que alguém escreveu na sua língua, ou na língua que fez sua ao escrever o livro, é por mim lida numa outra língua, que é a minha, de leitor, pelo que há uma entreposta pessoa entre o autor que escreveu o que leio e eu que leio o que escrito foi.</div><br /><div align="justify">Aliás, já algumas traduções fiz - de livros de economia -, já nalgumas traduções participei. E começo por uma destas. Ou já comecei, quando escolhi um nome (e não foi o nome), alguém, <span id="SPELLING_ERROR_1" class="blsp-spelling-error">tradudora</span>, para lhe dedicar este "ensaio". </div><br /><div align="justify">Foi o caso de ter vivido intensamente a tradução de <strong><em>A História do senhor <span id="SPELLING_ERROR_2" class="blsp-spelling-error">Sommer</span></em></strong>, de <strong><em>Patrick <span id="SPELLING_ERROR_3" class="blsp-spelling-error">Süskind</span></em></strong>. Talvez sem na altura me aperceber tão bem como hoje sei que o foi. Aquela casa em que <span id="SPELLING_ERROR_4" class="blsp-spelling-corrected">vivíamos</span> foi, durante uns tempos, partilhada pelo autor, um alemão nascido na Baviera, mais da idade da tradutora que da minha, que se meteu na nossa vida-a-dois (e mais um). </div><br /><div align="justify">Foi uma <span id="SPELLING_ERROR_5" class="blsp-spelling-error">aprendizagem</span> sobre designações de peças de bicicleta, sobre coisas ligadas a piano, foi um tempo de buscas para encontrar, em português, a <span id="SPELLING_ERROR_6" class="blsp-spelling-error">correspondência</span> mais ajustada para o que o tal Patrick escrevera em alemão. Foi muito giro. E, sem querer uma folhinha de louro que seja para a obra tão asseada que saiu, dela me orgulho. </div><br /><div align="justify">E por ela me zango. Por ver, na busca de agora - para elaborar este "ensaio"... -, a tal Maria Castro Dias assim nomeada, e não como gostaria que estivesse, e por a ver <span id="SPELLING_ERROR_7" class="blsp-spelling-error">poucotratada</span>, e vá lá que não maltratada porque referida. Embora sem encontrar referências à 1ª edição, e só os ver a partir da 2ª edição, de 1993 (e vão 12), o que me impede de dizer com precisão em que anos andámos (é maneira de dizer...) às voltas com a tradução.</div><br /><div align="justify"><span id="SPELLING_ERROR_8" class="blsp-spelling-error">Poucotratada</span> para não dizer maltratada... O que não é o caso de um outro tradutor de um livro que me marcou, pelo excelente texto que li em português, de um autor turco, traduzido do francês. Trata-se de <strong><em>Os românticos - a vida é bela, meu velho</em></strong> de <strong><em><span id="SPELLING_ERROR_9" class="blsp-spelling-error">Nazim</span> <span id="SPELLING_ERROR_10" class="blsp-spelling-error">Hikmet</span></em></strong>, traduzido por um tal <strong><em>José Saramago</em></strong>, 1ª edição de 1985, quando o tradutor "precisava" de fazer traduções (e ainda bem que fez esta, e outras), sendo o caso da promoção da obra, pela editora, não referir quem a traduziu. </div><br /><div align="justify">Adiante...</div><br /><div align="justify">Pois sobre isto de traduções haveria muito a escrever. E, feito o <span id="SPELLING_ERROR_11" class="blsp-spelling-error">intróito</span>, avançaria por dizer que há autores que só leio na língua original. Como os portugueses e brasileiros e um certo <strong><em>Daniel <span id="SPELLING_ERROR_12" class="blsp-spelling-error">Pennac</span></em></strong> que não sei como leria em tradução para português. É que não vejo como (<em><strong><span id="SPELLING_ERROR_13" class="blsp-spelling-error">Chagrin</span> d'<span id="SPELLING_ERROR_14" class="blsp-spelling-error">école</span></strong></em>, por exemplo). Tal como, ao contrário, não vejo de que maneira certos autores de língua portuguesa poderiam - poderão!, porque são - ser traduzidos noutras línguas. Como Aquilino, como Mia Couto, como <span id="SPELLING_ERROR_15" class="blsp-spelling-error">Luandino</span> Vieira. </div><br /><div align="justify">Já o caso que me trouxe a este "ensaio" é o de uma tradução que, na minha leitura, ultrapassa a grande qualidade de passar desapercebida, para me despertar, ou sobressaltar, para a sua qualidade intrínseca.</div><br /><div align="justify">A tradutora de <em><strong>O complexo de <span id="SPELLING_ERROR_16" class="blsp-spelling-error">Portnoy</span></strong></em>, <strong><em>Ana <span id="SPELLING_ERROR_17" class="blsp-spelling-corrected">Luísa</span> Faria</em></strong>, fez-me, mais de uma vez, parar na leitura. A apreciar as soluções de tradução, como na manutenção de palavras e expressões judaicas <span id="SPELLING_ERROR_18" class="blsp-spelling-error">talqual</span> (talvez a "solução" para traduzir <span id="SPELLING_ERROR_19" class="blsp-spelling-error">Luandino</span>), que o leitor se deve encarregar de traduzir, como o faria na leitura do original, ou a pensar "que bem adaptado à língua e cultura que é a de mim-leitor português".</div><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKkvV7NUABae6ZOD9Y96HKogEvzbu6dmQtC4dkH4L_2vNojETK0oxdNaUyTkbU0z90X-khEJ1TF-AEf0Duk1KUdM-Rn_PznIA25qL13vq5RHO97nloVn51GwnyjOjxEZoqf_fy/s1600/Philip+Roth-O+Complexo+de+Portnoy.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 128px; FLOAT: left; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5499738783650745378" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKkvV7NUABae6ZOD9Y96HKogEvzbu6dmQtC4dkH4L_2vNojETK0oxdNaUyTkbU0z90X-khEJ1TF-AEf0Duk1KUdM-Rn_PznIA25qL13vq5RHO97nloVn51GwnyjOjxEZoqf_fy/s200/Philip+Roth-O+Complexo+de+Portnoy.jpg" /></a>Por exemplo (páginas 227-8):</div><span style="font-family:arial;">.<br /></span><div align="justify"><span style="font-family:arial;">.</span></div><span style="font-family:arial;">.<br /></span><div align="justify"><span style="font-family:arial;">.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">«Porque é que eu não casei com a rapariga? Bom, para começar havia aquele seu calão <span id="SPELLING_ERROR_20" class="blsp-spelling-error">queriducho</span> de colégio interno. Insuportável. “Deitar fora” por vomitar, “<span id="SPELLING_ERROR_21" class="blsp-spelling-error">piurço</span>” por irritado, “de gritos” por divertido, “chanfrado” por louco. Ah, e “divinal” (…). E depois havia as alcunhas dos amigos; e havia os amigos <span id="SPELLING_ERROR_22" class="blsp-spelling-error">propriamente</span> ditos! <span id="SPELLING_ERROR_23" class="blsp-spelling-error">Quincas</span>, Pipas e <span id="SPELLING_ERROR_24" class="blsp-spelling-error">Cucas</span>, <span id="SPELLING_ERROR_25" class="blsp-spelling-error">Nicos</span>, Bolotas, <span id="SPELLING_ERROR_26" class="blsp-spelling-error">Xixas</span>, <span id="SPELLING_ERROR_27" class="blsp-spelling-error">Pituns</span>, Bonecos, <span id="SPELLING_ERROR_28" class="blsp-spelling-error">Babás</span> – quem a ouvisse pensaria, disse-lhe eu, que ela tinha andado em <span id="SPELLING_ERROR_29" class="blsp-spelling-error">Vassar</span>(*) com os sobrinhos do Pato <span id="SPELLING_ERROR_30" class="blsp-spelling-error">Donald</span>… Mas a verdade é que o meu calão também a fez sofrer. Da primeira vez que disse <span id="SPELLING_ERROR_31" class="blsp-spelling-error">foda</span>-se diante dela (…) estampou-se no rosto da Peregrina uma tal expressão de sofrimento, que seria caso para pensar que eu lhe gravara na carne as seis letras a ferro em brasa. Mas porquê, perguntou-me ela em tom de queixa, assim que ficámos sós, porque é que eu tinha sido tão “detestável”? Que prazer me dava ser tão “malcriado”? O que é que eu queria “provar”? “Foste <span id="SPELLING_ERROR_32" class="blsp-spelling-error">chatérrimo</span>, e sem necessidade nenhuma. Que coisa mais gratuita.” <span id="SPELLING_ERROR_33" class="blsp-spelling-error">Chatérrimo</span>, na linguagem das debutantes, é sinónimo de desagradável.»</span><br />___________________________<br /><span style="font-size:85%;">(*) <strong><em><span id="SPELLING_ERROR_34" class="blsp-spelling-error">Vassar</span> College</em></strong> é uma das mais antigas e tradicionais instituições privadas, mista de ensino e de artes, nos Estados Unidos. Situa-se em <span id="SPELLING_ERROR_36" class="blsp-spelling-error">Poughkeepsie</span>, cem <span id="SPELLING_ERROR_37" class="blsp-spelling-corrected">quilómetros</span> ao norte de Nova Iorque. Fundado em 1861, foi a primeira universidade exclusivamente para mulheres nos Estados Unidos.</span> </div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-3455415483836654192010-07-29T12:47:00.005+01:002010-07-29T12:54:28.232+01:00O complexo de Portnoy - 2<div align="justify">Duas transcrições de <strong><em>O complexo de Portnoy</em></strong>.<br />.<br />Numa primeira, em dois trechos interligados, <strong><em>Philip Roth</em></strong> ilustra como, na infância e adolescência de Alex (e na sua!), a condição de judeu o(s) marcou indelevelmente. Todo o livro, até em designações não traduzidas, é marcado pela situação dos judeus nos Estados Unidos e no mundo e, depois, em Israel.<br />A conversão religiosa por que ele pergunta àquela que estava a pensar que amava, e tanto que exultavam com a falha de um período menstrual deste partindo para projectos futuros, é sobre a conversão ao judaísmo, e as consequências da resposta são devastadoras para a relação, ao mesmo tempo que, em meia dúzia de linhas - em desabafo ao psicanalista - PR tanto diz sobre nós todos, judeus ou não, na perplexidade que acompanha a ruptura de uma relação:<br /><br /><span style="font-family:arial;"><strong><em><span style="font-size:180%;">1.</span></em></strong> - «(…) Eu disse-lhe: “E tu convertes-te, não é?”<br />Fiz a pergunta em tom irónico, ou pelo menos era essa minha intenção. Mas a Kay levou-a a sério. Não foi ao ponto de me dar uma resposta solene, mas respondeu a sério.<br />Kay Campbell, de Davenport, Iowa: "Porque é que eu havia de fazer semelhante coisa?"<br />(…)<br />Ainda assim, pelos vistos, eu nunca mais lhe perdoei: nas semanas que se seguiram ao falso alarme, comecei a achá-la enfadonhamente previsível nas conversas, e pouco mais ou menos tão desejável como um monte de banha na cama. E surpreendeu-me que ela reagisse tão mal quando finalmente tive de lhe dizer que já não gostava dela. Fui muito honesto, está a ver, como aconselha Bertrand Russell. “Não quero andar mais contigo, Kay. Não posso esconder aquilo que sinto, tenho muita pena.” Ela chorou desalmadamente: andou pela faculdade exibindo umas olheiras horríveis por baixo dos olhos azuis congestionados, deixou de aparecer à hora das refeições, faltou às aulas… E eu fiquei estarrecido. Porque sempre pensara que era eu que a amava, e não ela que me amava a mim. Que surpresa descobrir que fora exactamente o contrário.»</span><br />.<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW1jNe9sc0S1TEdNfLhdxZR6ym_5VAQv4EY20ueKT9a-zPcMZtJIIM4IgLhLZcB1bCiTNFyaXWgEaBWviIBc-hJv0HsH7bhZJkLAyliWNDPhTmmhhZlNNcM8y9AoP6hY0i1vGE/s1600/Philip+Roth.bmp"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 182px; FLOAT: left; HEIGHT: 189px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5499294837123536210" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW1jNe9sc0S1TEdNfLhdxZR6ym_5VAQv4EY20ueKT9a-zPcMZtJIIM4IgLhLZcB1bCiTNFyaXWgEaBWviIBc-hJv0HsH7bhZJkLAyliWNDPhTmmhhZlNNcM8y9AoP6hY0i1vGE/s320/Philip+Roth.bmp" /></a>A segunda transcrição tem outro motivo ou intenção. Não resisto a ela, embora me tenha contido na sua extensão:<br /><br /><span style="font-family:arial;"><strong><em><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">.</span></em></strong></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><strong><em><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">.</span></em></strong></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><strong><em><span style="font-size:180%;color:#ffffff;">.</span></em></strong></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><strong><em><span style="font-size:180%;color:#ffffff;"></span></em></strong></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"><strong><em><span style="font-size:180%;">2.</span></em></strong>- «Eu fazia parte da subcomissão parlamentar encarregada de investigar o escândalo dos concursos televisivos. A missão perfeita para um criptossocialista como eu: logro publicitário à escala nacional, exploração do público inocente, empresas implicadas em operações fraudulentas – em suma, a boa e velha ganância capitalista.» </span></div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-37918406916651803302010-07-28T09:47:00.004+01:002010-07-28T10:00:27.772+01:00O Complexo de Portnoy - 1<div align="justify">Este livro de Philip Roth é surpreendente. Sem ter nada de imprevisível. Mas que livro deste autor não é surpreende e não passou a ser previsível?<br /><strong><em>O Complexo de Portnoy</em></strong> é uma longa sessão de análise de um jovem judeu estado-unidense, decerto deitado no divã freudiano, em que ele vai contando a sua vida, tendo o livro como antefácio o diagnóstico (ou definição do chamado "complexo de Portnoy"), feito pelo psicoanalista, que apenas participa no livro com esse diagnóstico e a última e única frase do último capítulo (O FINAL DA ANEDOTA): <em>“Muito bem (disse o médico). Então àgorrra podemos talvez começarr. Sim?” </em><br />Uma nota prévia a este escrito compulsivo sobre o livro de Roth acabado de ler: <strong><em>Portnoy complaint</em></strong> foi publicado em 1969, e só agora – em 2010 – o temos em edição portuguesa. Em 1969, Roth só tinha mais dois ou três anos que o seu Alexander Portnoy (33 anos), o que coloca este livro na linha de <strong><em>O animal moribundo</em></strong> e de <strong><em>Exit-o fantasma sai de cena</em></strong> – ou melhor: coloca estes na linha daquele –, convocando à leitura em simultâneo dos três (ou só de <strong><em>Exit</em></strong> e <strong>O Complexo</strong>) para se ter o retrato confrontado de uma vida. </div><div align="justify"></div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 255px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5498878907041050402" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU4hcY7W4MH9Gxfxsf1WoVJ2IE-WYBSMtaXV4mwmeHjo_WgpdCn0CxqQ7iXUOYLR3X2KW1veoY06T9o0TqAD49KnBclkoudy_te92tWioBB7ehg5a5ZNUXFOBAMKfKd4oBW14F/s400/Philip+Roth-O+Complexo+de+Portnoy.jpg" /><br />O Complexo de Portnoy é um romance auto-biográfico, mas não biográfico, da juventude de um judeu nascido em Newark, que com trinta e poucos anos tem já com a extraordinária (para mim, genial) capacidade de nos contar como era a vida do(s) personagem(s) e como era o meio em que ele vivia, o mais estreito – a casa, a rua, a cidade – mas também o mais largo, tudo o que envolve uma vida.<br />Demorei muito tempo a lê-lo. Não por o estar saboreando. Pelo contrário. Por a sua leitura começar por me ser incómoda. Eram demasiadas punhetas, demasiadas conas, demasiadas pulsões sexuais sem o filtro da moderação da linguagem escrita. Era a análise pura e dura! Às vezes desagradável por excessiva. Título do 2º capítulo: <strong><em>Batendo punhetas</em></strong>, título do 4º capítulo: <strong><em>Obcecado pela cona</em></strong>. E os miolos condizentes com os títulos...<br />Passada essa barreira, de – curiosamente – raiz cultural judaico-cristã, foi a leitura que Roth me proporciona. Absorvente, fluida, conversada. Saboreada.<br />Acabada a leitura, diria que fiquei “freguês da análise”… mas agora é tarde porque há muito a faço, sem ajudas e sem divãs.<br /><div align="justify">E fiquei impressionado, surpreendido, com a precoce lucidez do autor. Se não soubesse, e não confirmasse na ficha técnica, que <strong><em>O Complexo de Portnoy</em></strong> é de 1969, o nível de maturidade da escrita, o grau de lucidez nas leituras da realidade, o traquejo de “oficina” na construção do romance, levar-me-iam a aceitar sem rebuço que Philip Roth escrevera agora, nos seus 70 e alguns anos o que só poderia ter sido escrito, assim, quando tinha metade da idade.<br />Que mais dizer? Por impulso compulsivo mais nada.<br />Por outras motivações, apenas transcrever um ou dois trechos, e fazer justiça à excelência da tradução. </div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-86287979056857003772010-06-13T21:40:00.003+01:002010-06-13T21:55:13.651+01:00A arte de morrer longe<div align="justify">O mais recente livro de <strong><em>Mário de Carvalho</em></strong> (<strong><em>Caminho</em></strong>, Fevereiro de 2010, 125 páginas) lê-se (li-o!) com muito agrado. </div><div align="justify">O escritor domina a técnica de... conversar com o leitor enquanto vai contando a história. E até parece, por vezes, que se desinteressou da históra que nos está a contar para conversar connosco. Ou para ter prazer de estar a escrever. </div><div align="justify">Mário de Carvalho é um escritor que mostra ter um enorme gozo no que faz, no que fez a sua profissão, na escrita. Tanto que até pode acontecer que se esquece do que está a contar e a quem. Mas logo recupera.</div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 256px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5482364006375159698" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3VTFgMyZCQS0bPVHaJTLFMXf3hxLzGSvvOJE7v9ZcOyCyLqVPK-xbX-N3DMU_130Mv59Wo45RanXp9gJl0xvAq2ZJTJ47ZNmbP4EAipgy-jhNHsKGzgPl2UuzVyj18t3yr1zY/s400/Mário+de+Carvalho+-+A+arte+de+morrer+longe.jpg" /><br /><div align="justify">A tartaruga foi morrer longe. Aquele casal reencontra-se. Contra tudo, contra todos e contra eles próprios.</div><div align="justify">O autor também.</div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-78482702521594726352010-06-05T16:43:00.005+01:002010-06-05T17:20:49.406+01:00João Aguiar<div align="justify">A notícia da morte de João Aguiar surpreendeu-nos (como todas as notícias de mortes) e doeu-nos. </div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 276px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5479318595437605458" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtgB_PTYLcx8RaLxwo_AzXHWogJuOMj0WPOTeKAAXiz5223fyUbLAbd7cTPS0x5H4oSfsIdS-iGF4NzozgF2C08IqFv_IM0Hp66KHF_ke8-5sghJbgv-dPFHASXcvG1hftBdAc/s320/João+Aguiar.jpg" /> <div align="justify">Não era dos nossos amigos, não tínhamos contacto com ele há alguns anos, nada dele sabiamos nem procurávamos saber por lhe sentirmos a falta. Sentimo-la agora que soubemos da sua morte.</div><div align="justify">Foi um dos muitos convidados a vir à <strong><em>Som da Tinta</em></strong>, às nossas iniciativas, às "feiras do livro" em que colaborávamos com escolas e com escritores. E foi, sempre, nos contactos preparatórios e nas viagens que o trouxeram a Ourém, um homem exemplar. De simplicidade, de simpatia, de profisssionalismo. Como escritor que era. </div><br /><div align="justify">Pessoalmente, como leitor, "conheci-o" pelo excelente <strong><em>"A Voz dos Deuses"</em></strong>, de 1984, li outros livros seus que não me desiludiram, e gostei muito do <strong><em>"Diálogo das Compensadas"</em></strong>.</div><br /><div align="justify">Aqui fica este registo. De boas recordações. E homenagem.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrEhXcErZgWK_RbSQ7txhsaHa8Q9KBAhrCf_R2cGQjsNOZAEjTaD9xxCvO7gFRdH_tfgNlVqJ6JEIE-KCNF-Ne9OGz4xfwFHH2pNjSfpRyqdhZriRLb91JGLSMOHdew7Ow42sV/s1600/João+Aguiar-o+Di%C3%A1logo+das+compensadas.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 200px; FLOAT: right; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5479324712810347458" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrEhXcErZgWK_RbSQ7txhsaHa8Q9KBAhrCf_R2cGQjsNOZAEjTaD9xxCvO7gFRdH_tfgNlVqJ6JEIE-KCNF-Ne9OGz4xfwFHH2pNjSfpRyqdhZriRLb91JGLSMOHdew7Ow42sV/s320/João+Aguiar-o+Di%C3%A1logo+das+compensadas.jpg" /></a></div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-15917987543034155722010-06-04T23:00:00.003+01:002010-06-04T23:11:10.389+01:00Sobre a ordem (e a desordem...)<div align="justify">Mais um pouco de Brecht (como só ele!):<br /></div><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 259px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5479044199993638994" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg108GKCgHg_BHKBRtXHMNbojntYY9eV4fjYWYSg29HqlZ5w3HNWfnukMoSpo8IUhpWJPyrwcZboZwP2OP4mkdWuCn0qnGeuU063aYO813_o0ngBvyEtYQVnabzvUBCZQ91TZzc/s400/Brecht.Dialogue+d%27exil%C3%A9s.bmp" /><br /><div align="justify"><strong><em></em></strong></div>(...)<br /><div align="justify"><strong><em>Kalle</em></strong><br />(…) A ordem não consiste em economizar…<br /><em><strong>Ziffel </strong></em><br />Claro que não. A ordem é o desperdício metódico. Tudo o que se abandona, que apodrece ou que é destruído, deve ser registado numa folha, com um número de referência: é isso a ordem. Mas essa vontade de ordem é, antes de mais, pedagógica. Há um certo número de coisas que são absolutamente irrealizáveis pelo homem se ele não as faz dentro das regras: as coisas absurdas.<br />(…) Por outro lado, nos tempos que correm, você não pode manter um pouco de humanidade sem alguma corrupção, o que é uma forma de desordem. Existe humanidade onde se encontra um funcionário que se deixe untar as mãos. Pode mesmo acontecer que com um pouco de corrupção você consiga que lhe façam justiça (…) se os regimes fascistas reprimem a corrupção, essa é bem a prova de que são desumanos.<br /><strong><em>Kalle</em></strong><br />Não sei quem disse um dia que a merda não é outra coisa senão a meteria que não está no seu lugar. (…) Eu, no fundo, sou pela ordem. Mas um dia vi um filme do Charlie Chaplin em que ele metia a sua roupa toda numa mala; depois de ter tudo metido lá dentro, ele fechou a mala. Mas uma grande quantidade de pedaços de roupa ficou de fora, o que fazia a desordem; então, ele pegou numa tesoura e, pura e simplesmente, cortou as mangas, as pernas das calças, as meias, em resumo, tudo o que transbordava da mala fechada. Esta maneira de fazer deixou-me espantado. Vejo que você não dá grande valor ao amor pela ordem…<br /><strong><em>Ziffel </em></strong><br />Eu limito-me a reconhecer as imensas benfeitorias do deixar-andar: milhares de pessoas devem-lhe a vida. Em tempo de guerra, muitas vezes bastou um ligeiro afastamento do que eram as ordens para salvar a vida de um homem.<br /><strong><em>Kalle </em></strong><br />É verdade. O meu tio estava numa trincheira, Argonne, quando os soldados receberam a ordem para recuar e a “toca a mecha”. Em vez de obedecer sem pestanejar, eles resolveram, antes, comer as batatas que estavam nas brasas: foi assim que foram feitos prisioneiros, e portanto salvos.<br /><em><strong>Ziffel</strong></em><br />Ou ainda veja lá o exemplo de um aviador. Estava tão cansado que não conseguia ler bem o quadro de comandos. As suas bombas caíram ao lado de um imóvel residencial em vez de acertar no alvo: cinquenta pessoas tiveram a vida salva. Está a ver o meu sentimento? Os homens não estão suficientemente maduros para uma virtude como o amor pela ordem. Para essa virtude, a sua razão não está suficientemente desenvolvida. Eles atiram-se para empresas idiotas: só a incúria e uma certa anarquia na execução podem preservá-los do pior.<br />(…)<br /><strong><em>Kalle</em></strong><br />Podíamos resumir a coisa assim: onde nada está no seu lugar, é a desordem; onde nos lugares certos nada está, é a ordem.<br />(…) </div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-22171397689602670182010-06-03T18:51:00.006+01:002010-06-03T19:38:59.866+01:00Exilados, Emigrantes, Pátria - lugar de exílio e de migrantes<div align="justify">Quase me zango comigo cada vez que aqui venho. Como quem visita um canto dos seus lugares.</div><div align="justify">Mas, se calhar, é porque me custa, porque me doi... Por aquilo que o/a <strong><em>Som da Tinta</em></strong> não é e podia (e devia) ser. Sei lá...</div><div align="justify">Por outro lado, se queria que fosse o canto guardado para falar do que vou lendo, ou para deixar notas sobre livros, leituras, revela que estou a dar pouca importância ao que, para mim, é tão importante. Até parece que não estou a ler. E acontece que não sou capaz de estar sem ler. Agora, leio o último do Mário de Carvalho e estou a gostar. Breve terminará o gosto desta leitura e prometo(-me) aqui vir. Mas também estou a ler o <em><strong>Dialogue d'exilés</strong></em>, do Brecht, é um verdadeiro encantamento.</div><div align="justify">É uma edição francesa, de 1965, da primeira obra de <em><strong>Bertolt Brecht </strong></em>publicada, em 1961, depois da sua morte em 1956.</div><div align="justify">Num café de uma gare de caminho de ferro, dois alemães exilados conversam, pasando da filosofia de Hegel à pornografia, do papel da virtudes cívicas à necessidade da ordem, dos métodos de educação ao prazer que dá pensar (ou não dá!). Sempre com o seu exílio comopano de fundo.</div><div align="justify">Ao ler, levantando frequentemente os olhos do papel, fico a pensar (como e sem prazer) na Pátria como lugar de exílio, no Daniel Filipe, nos nossos emigrantes, dos portugueses bem de aqui, que de aqui abalaram e que de aqui se perderam. Não todos, não todos. Perco-me. A pensar na democracia, no poder do povo. Na luta.</div><div align="justify">Bretcht tem uma capacidade única de juntar lucidez (dura, por vezes brutal) e ironia (fina, delicadíssima), de nos dar a conhecer a nós próprios. </div><div align="justify">Apenas um bocadinho da conversa entre estes dois homens, tão diferentes e tão iguais, entre si e a cada um de nós, dois homens que se ncontram para beber cerveja e conversar sobre a pátria, sobre a vida. Sobre... tudo.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div>Aí vai:<br /><p align="justify">(...)</p><p align="justify"><em><strong>Ziffel</strong></em><br />(…) Eles não tinham compreendido o sentido da palavra democracia. Eu quero dizê-la no seu sentido literal: poder do povo.<br /><strong><em>Kalle</em></strong><br />A palavra “povo” é um termo muito particular, isso nunca o chocou? Não tem o mesmo sentido dentro e fora. De fora, em relação aos outros povos, os grandes industriais, os fidalgotes, os altos funcionários, os generais, os bispos, etc., fazem naturalmente parte do povo alemão e não de um outro. Mas no interior, lá onde está o poder, você ouve sempre esses senhores falar do povo dizendo: “a turba”, “a gentalha” ou “a gentinha”, etc.; eles não fazem parte do povo.<br />O povo bem devia falar a mesma linguagem e dizer que esses senhores não fazem parte do povo.<br />Então a expressão “poder do povo” teria todo o sentido, completamente racional, reconheça-o.<br /><strong><em>Ziffel </em></strong><br />Mas isso não seria um poder democrático mas uma ditadura do povo…<br /><strong><em>Kalle</em></strong><br />Exactamente: seria a ditadura de 999 sobre o milésimo.<br /><strong><em>Ziffel</em></strong><br />Isso seria o bom e o bonito se não significasse o comunismo. Você tem de admitir que o comunismo reduz a nada a liberdade do indivíduo.<br /><strong><em>Kalle</em></strong><br />Você sente-se livre?<br /><strong><em>Ziffel</em></strong><br />Não particularmente, se me põe a questão assim. Mas porque deveria trocar a falta de liberdade em regime capitalista pela falta de liberdade em regime comunista? Parece que você aceita, de qualquer maneira, que há falta de liberdade em regime comunista.<br /><strong><em>Kalle</em></strong><br />Sem qualquer dificuldade. Não vou estar com charlatanices. Ninguém é totalmente livre quando detém o poder, muito menos o povo. Também não o são os capitalistas, que é que pensa? Não são livres, por exemplo, para deixar um comunista instalar-se como Presidente da República. Ou para fabricar a roupa que é necessária, quanto muito fabricam a que possam vender. Por outro lado, em regime comunista, não é permitido deixar-se explorar: ora aqui está uma liberdade suprimida.<br /><strong><em>Ziffel</em></strong><br />Deixe-me dizer uma coisa: o povo não toma o poder a não ser em caso de necessidade extrema. O que resulta do homem só pensar em caso de extrema necessidade. Quando a água lhe chega ao rés do pescoço. As gentes têm medo do caos.<br /><strong><em>Kalle</em></strong><br />Não é medo do caos... eles acabarão por se encontrar em caves, nos baixos de casas bombardeadas, tendo, nas suas costas, SS de revólver em punho.<br /><strong><em>Ziffel</em></strong><br />Não terão nada na barriga, não poderão sepultar as suas crianças, mas a ordem reinará e quase não terão necessidade de pensar. </p><p align="justify"><em>Ziffel empertigou-se. A sua atenção que, durante as divagações políticas de Kalle, tinha esmorecido, reanimou-se. </em></p><p align="justify"><strong><em>Ziffel</em></strong><br />Não queria que ficasse com a impressão que critico essa gente. Pelo contrário. Ser lúcido é difícil. Todo o homem razoável evita-os quanto pode. Em países como aqueles que conheço, onde uma tal dose de reflexão é indispensável, não é possível viver. Aquilo a que chamo viver...<br /></p><br /><p align="justify"><em>Emborcou o seu copo com ar ansioso. Pouco depois, separaram-se, afastaram-se cada um para seu lado<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiARVrXRdNonVypvsRcn0YnVoTepAbPsMW24UkPlABxURfG_CZAv1_rXy8dyRYgMtB2nKlnEkTOk7ZKL7z07jmET3gSVDb5uD-vtXdr9noxvMowdM7RXAdNgKoHqx7RXxxH3RoF/s1600/Brecht.Dialogue+d%27exil%C3%A9s.bmp"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 207px; FLOAT: left; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5478616280273183746" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiARVrXRdNonVypvsRcn0YnVoTepAbPsMW24UkPlABxURfG_CZAv1_rXy8dyRYgMtB2nKlnEkTOk7ZKL7z07jmET3gSVDb5uD-vtXdr9noxvMowdM7RXAdNgKoHqx7RXxxH3RoF/s320/Brecht.Dialogue+d%27exil%C3%A9s.bmp" /></a>.<br /></em></p><br /><p align="right"><em><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#333399;"></span></em></p><p align="right"><em><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#333399;"></span></em></p><p align="right"><em><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#333399;">(Ah!, como eu gostaria de "pôr isto em cena", </span></em></p><p align="right"><em><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#333399;">encenar e - sei lá... - fazer de Ziffel ou de Kalle, </span></em></p><p align="right"><em><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#333399;">dar corpo a estes personagens!)<br /></span></p></em>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-62895659472929501672010-05-16T12:19:00.004+01:002010-05-16T12:39:41.490+01:00Eu sou português aqui<div align="justify">Na viagem matinal pelos blogs - nem sempre possível... - passei pelo <strong><em>papoila25</em></strong> e encontrei <a href="http://papoila25.blogspot.com/2010/05/um-serao-diferente.html">esta</a> mensagem relativa a<strong><em> um serão diferente.</em></strong></div><div align="justify">Obrigado, embora a mim não fosse dirigida. Gostei... e deu-me a nostalgia!</div><div align="justify">Antes mesmo da sua abertura formal, com Prémio Nobel e televisão (<strong><em>assim acontece</em></strong>), a <strong><em>livraria e editora Som da Tinta</em></strong> teve a visita do <strong><em>José Fanha</em></strong>, que ofereceu alguma da sua poesia aos portugueses daqui, oureenses presentes. Foi muito bonito. E prometedor! </div><div align="justify">E foram sete anos que, como servidores, a cultura quisemos servir. Valeu a pena. Mas tudo tem um fim, sobretudo quando esse fim é desejado por outros e apressado. Mas... valeu a pena!</div><div align="justify">Lembrei, nostálgico, esse segundo momento da <strong><em>Som da Tinta</em></strong> (o primeiro fora uma exposição de pintura). Que entusiasmo tínhamos. Era um nosso projecto para os dias do resto da nossa vida. Outros havia. E há! Com eles continuamos. Vivos. Na luta.</div><div align="justify">Também, o pequenino projecto de não deixar morrer as sementes que a Som da Tinta quis lançar. E atirou ao chão que pisamos. Como este blog, um tanto abandonado. Mas aqui, português e oureense. </div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-32866790311447707412010-05-03T00:53:00.003+01:002010-05-03T00:57:00.281+01:00Obrigado, AndrésEste Andrés é cá um <strong><em>urug(u)ajo</em></strong>!<br />É, decerto, o mais português (e o mais oureense!) de todos os uruguaios.<br />Obrigado, amigo (e camarada)!<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbyoAHb-CucYioyPNogBNsybzKrlsUH3B6ZCuHQ4IN2SREKfBFIbFS9PSBDb8xcjae7TtlzFNjgeYybBvy5J6W-Dj2H_ikv2sCdYo-l-kvUg6wyKVJwEPUZ35fYMV6hBWO7B-3/s1600/AndrésStagnaro-Museo+del+vino.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 258px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5466825319644969314" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbyoAHb-CucYioyPNogBNsybzKrlsUH3B6ZCuHQ4IN2SREKfBFIbFS9PSBDb8xcjae7TtlzFNjgeYybBvy5J6W-Dj2H_ikv2sCdYo-l-kvUg6wyKVJwEPUZ35fYMV6hBWO7B-3/s400/AndrésStagnaro-Museo+del+vino.jpg" /></a><br /><div></div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-60356287436585899602010-04-09T00:40:00.004+01:002010-04-09T01:21:18.309+01:00Kusturica em Ourém - Gato Preto, Gato Branco<div align="justify">A segunda sessão de <strong><em>Kusturika em Ourém</em></strong>, que se deseja que seja de <strong><em>noites de cinema no Museu Municipal</em></strong>, venceu de novo a concorrência do Benfica-Liverpool, e... não desmereceu a vontade da equipa promotora. Salinha bem composta!</div><br /><div align="justify"><strong><em>Gato Preto, Gato Branco</em></strong> não é <strong><em>Underground</em></strong>. Depois de Underground, de certo modo continuando Underground (na banda sonora). quase se pode dizer que pretende apagar Underground.<img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 99px; DISPLAY: block; HEIGHT: 126px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5457922303156147266" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-TzdZI9QeY7IO9xlYoLxrzzwjIRZxO5Wa4cQ9LQpMEqMtRn2DWfsaGY8KW88qAysA0DdAORPdeBydRmN_f4wCOO4ow5zYecr9LMrKro-SBKl2q0mM-0FwkceC__DCNq2OQ0Ki/s400/Gatopreto,+gatobranco.jpg" /> O mesmo humor, a mesma maestria no contar história(s) de forma diferente, aparentemente caótica, o mesmo (e melhor) manejo da câmara... mas a despolitização antitética da politização, que teria sido etiquetada de excessiva (pró-sérvia), de Undeground.</div><br /><div align="justify">De Gato Preto, Gato Branco - que já vira antes, sem antes ter visto Underground -, talvez sobretudo me tenha ficado a vontade de voltar a ver Underground. Coisas minhas...</div><br /><div align="justify">E lembrei, e trouxe comigo, a lembrança do que considero das coisas mais bonitas que tenho visto em cinema: o campo de girassóis a encher-se de risadas e de jogo de juventude e de amor.</div><br /><div align="justify">Aliás, é sobre esses planos que me apeteceria dizer mais, e não sobre as escatológicas cenas de mergulho nos dejectos e de servirem os gansos de toalha ou lençol de banho de limpeza, que talvez tenham tido mais efeito que esses planos... Mas seria isso que desejava Kusturika, que queria fazer uma comédia, que queria fazer o que fizesse rir porque, para pensar em coisas muito sérias, chegara (e teria abusado, a juízo de alguns...) Underground. </div><div align="justify"><strong><em>.</em></strong></div><div align="justify"><strong><em>Gato Preto, Gato Branco</em></strong> é: algum desvario circense e uma caricatura etnográfica desenfreada (como já li, mais ou menos...) e, de certo modo, banda desenhada com banda sonora incorporada e irresistível.</div><br /><div align="justify">Para acabar o apontamento, duas frases rascunhadas às escuras:</div><br /><ol><li><div align="justify"><strong><em>«a um casamento azarado pode fugir-se, mas não ao destino»</em></strong></div></li><br /><li><div align="justify"><strong><em>«cala-te quando falas comigo!»</em></strong></div></li></ol><span style="font-size:85%;">Venha a terceira sessão (em que, infelizmente, não poderei estar...)</span><br /><div align="justify"></div><div align="justify"></div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-53637204565539416342010-04-08T12:33:00.003+01:002010-04-08T12:41:00.613+01:00Rubem Fonseca - O Seminarista<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEo1YlQ4M_Rw-O5-rxg6MYSC9tWfMcWPh925G4tJi5nYMJQLjCD3_MI3duFjA0FAtBDzkvL0fABuw-i555rCmIjft_pBEAyUP152q11y7Ico5SwH14XEJ1Sf4sFX0LpYWpSO80/s1600/RubemFonseca-O+Seminarista.bmp"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 260px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5457729927664420098" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEo1YlQ4M_Rw-O5-rxg6MYSC9tWfMcWPh925G4tJi5nYMJQLjCD3_MI3duFjA0FAtBDzkvL0fABuw-i555rCmIjft_pBEAyUP152q11y7Ico5SwH14XEJ1Sf4sFX0LpYWpSO80/s400/RubemFonseca-O+Seminarista.bmp" /></a><br /><div align="justify">Páginas 84/5:<br /><br />« (…) e fui me arrastando, arrastando como um verme. Então me lembrei de uma frase que li num dos livros de Bruce Chatwin, sobre a importância da postura ereta, ainda mais do que o desenvolvimento da linguagem, ainda mais do que a presença do superego, entre esses atributos do homem que o elevaram acima do reino animal, a postura ereta era o mais importante. Anda, seu filho da puta, eu disse para mim, fica em pé, ereto, seu merda, ereto.<br />Então, com grande esforço me ajoelhei, depois me ergui lentamente, ficando em pé. Ereto. Poder sair do lixo sem rastejar me deu uma das maiores alegrias da minha vida. Fui andando, cambaleando mas ereto, dando passos lentos, mas ereto, como um homem deve caminhar, ereto. (…)»<br />.</div><br /><div align="justify"><em><span style="font-size:85%;">(tal-qual na edição original, segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no Brasil desde 2009... mas custa trans-escrever erecto sem c...)<br /></span></em></div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-58584753922248128742010-04-07T22:56:00.006+01:002010-04-08T09:39:30.225+01:00Rubem Fonseca - sobre Lima Barreto e o futebol<div align="justify">Há dois ou três autores assim. Estou a lê-los… e só me apetecia ter escrito aquilo. Por isso, sublinho, dou cabo dos livros, transcrevo.<br />Rubem Fonseca é um deles. Estou a ler <strong><em>O Seminarista</em></strong>:<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs8t9bHTs2f4cmPad4yAVk0qM9toad2abUpXasNMRcngQQlo9p4pjJWtxXY6Njr6Y6Ud95hqTVsjNoENTl6UQfjENdNGxYr8evQhtsMN7frxrJfnLjTc2Oz_M2xc1KCRWeRPYb/s1600/RubemFonseca-O+Seminarista.bmp"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 151px; FLOAT: right; HEIGHT: 255px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5457522757297084290" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs8t9bHTs2f4cmPad4yAVk0qM9toad2abUpXasNMRcngQQlo9p4pjJWtxXY6Njr6Y6Ud95hqTVsjNoENTl6UQfjENdNGxYr8evQhtsMN7frxrJfnLjTc2Oz_M2xc1KCRWeRPYb/s320/RubemFonseca-O+Seminarista.bmp" /></a><br />Págs. 73/4:<br />«"(… ) além de grande escritor, era um cara interessante, remava contra a maré, odiava arranha-céus e futebol. De futebol, naquela altura como até hoje, todo mundo gostava. Mas então era um esporte de brancos ricos, e isso o mulato pobre, recalcado, que comia o pão-que-o-diabo-amassou, odiava, com toda a razão. E o futebol continuou sendo um tumor discriminatório até que o Vasco da Gama fez um time com pretos e pobres e ganhou o campeonato em 1923. Por causa dos pretos e dos pobres do time o Vasco foi expulso da Liga de Futebol, mas o golpe na discriminação já havia sido dado e com o tempo a criolada e os pés-rapados dominaram os campos. Mas em 1923 o Lima Barreto já estava morto… ele morreu em… vê aí no livro."<br />"Primeiro de Novembro de 1923."<br />…»</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify"></div><p align="justify"><span style="font-size:85%;">Afonso Henriques de <strong><em>Lima Barreto</em></strong> (Rio de Janeiro, 13.05.1881 - Rio de Janeiro, 01.11.1923), foi um jornalista e um dos maiores escritores libertários brasileiros. Filho de mulato nascido escravo e de "escrava agregada", as lembranças e vivências do fim do período imperial no Brasil e da abolição da escravatura exerceram influência na importante obra de Lima Barreto.<br /></span><br /></p>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-28761495756452768862010-04-06T22:07:00.004+01:002010-04-06T22:18:12.753+01:00Rubem Fonseca-Petrarca (ou vice-versa)<strong><em>Bendito seja o dia,</em></strong><br /><strong><em>e o mês,</em></strong><br /><strong><em>e o ano,</em></strong><br /><strong><em>e a estação,</em></strong><br /><strong><em>e o tempo,</em></strong><br /><strong><em>e a hora,</em></strong><br /><strong><em>e o momento,</em></strong><br /><strong><em>e o formoso país, </em></strong><br /><strong><em>e o lugar</em></strong><br /><strong><em>em que fui preso aos dois belos olhos que me cativaram...</em></strong><br />.<br />(<strong><em>O Seminarista</em></strong>... aqui voltarei... breve!)<br />.<br /><br /><div align="right"><em><span style="font-size:85%;">(o momento foi a Festa do avante!, </span></em></div><div align="right"><em><span style="font-size:85%;">o lugar Jamor, </span></em></div><div align="right"><em><span style="font-size:85%;">o mês Setembro, </span></em></div><div align="right"><em><span style="font-size:85%;">o ano 1978</span></em></div><div align="right"><em><span style="font-size:85%;">... não foi?)</span></em></div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-90507375519635542432010-04-02T01:09:00.004+01:002010-04-02T01:26:48.593+01:00Underground - Kusturika<p align="justify">Venho de regresso de uma noite diferente. Em Ourém. Porque houve quem a proporcionasse. Iniciativa e trabalho de uma equipa (julgo eu...) que merece parabéns e estímulo<br />Um serão cultural. De cinema. No <strong><em>Museu Municipal</em></strong>. O ciclo Kusturika. Em Abril.<br />Venho satisfeito. E impressionado. Não diria em estado de choque... impressionado, está bem.<br />Não sabia se tinha visto <strong><em>Underground</em></strong>. Não tinha. É Kusturika, em 1996, a contar-nos, doridamente (muito doridamente, embora às vezes não parece, e nos faça sorrir e rir), o seu País, a Iugoslávia. Que era uma vez...<br />Só três frases gravadas (e não por serem das últimas, embora por razões kusturikas o sejam), e para ficarem como registo desta primeira noite... do resto das nossas vidas oureenses?<br /><em><strong></strong></em></p><ol><li><div align="justify"><em><strong>Uma guerra só é mesmo uma guerra se irmão mata irmão.</strong></em></div></li><br /><li><div align="justify"><strong><em>Era uma vez um País.</em></strong> (a penúltima do filme, também sub~título, como também é <strong><em>«Mentiras de Guerra»</em></strong>) </div></li><br /><li><div align="justify"><strong><em>Esta história não tem fim.</em></strong> (a última do filme.) <img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 200px; DISPLAY: block; HEIGHT: 267px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5455328628037574658" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFJ0X3ajVxwwL4Pe0Qo_6CBvF5LnjinTCKQR5YCaY6AzViiq6p_jHjRTV29-qySdg0CWAc_vLDOETeq5KY9-z3kpp2VPhsM6jg13GnSWf9sv94hE4VrkoKvfHWAjIdcmB3kFIO/s400/Underground.jpg" /></div></li></ol>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-78390532826792339232010-03-21T15:32:00.011+00:002010-03-21T15:48:08.403+00:00Estado de guerra<p><strong><em><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR2aC8wH93nHqZBNecwchKYCdsRUWkGHx3FDSBWvJ9k7EoyhrQo4vAxFW-KF6_Wd8Lsqk16Ebe707T_0H0zmsEQwfeJmgOym4kib64ICFiZcZ5cscE1Nmj0T-sg7H5rIKI0EMQ/s1600-h/Estado+de+guerra.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 117px; FLOAT: right; HEIGHT: 173px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5451112465979947394" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR2aC8wH93nHqZBNecwchKYCdsRUWkGHx3FDSBWvJ9k7EoyhrQo4vAxFW-KF6_Wd8Lsqk16Ebe707T_0H0zmsEQwfeJmgOym4kib64ICFiZcZ5cscE1Nmj0T-sg7H5rIKI0EMQ/s400/Estado+de+guerra.jpg" /></a>Estado de guerra</em></strong> </p><ul><li><div align="justify">o sem sentido do estado de guerra em que estamos vivendo, filmado (bem) do lado dos Estados Unidos da América (mas haverá outro lado, perguntar-se-á...)</div></li><li><div align="justify"></div></li></ul><br /><p>Enquanto (vi)via, lembrei-me bastas vezes de <strong><em>Apocalipse Now</em></strong> </p><ul><li><div align="justify">a/uma tomada de consciência (do lado dos EUA... mas haverá outro?) do sem sentido do sem sentido do estado de guerra em que estamos vivendo.</div></li></ul>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-35350477.post-13492585092044392262010-03-17T15:23:00.006+00:002010-03-17T15:54:33.033+00:00À conversa com... Woody Allen<div align="justify">‘Tás porreiro, pá?[1] </div><div align="justify">‘Tás velhote… mas não és o único, aliás somos do mesmo <em>"ano das sortes”</em> (1935)! Deixa lá. Não há-de ser nada...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdsyU_Cb4OZ-qmYSym9I2CMim3YAJyoOveBXAPuVkZeAj5ti4jIVxP2zEGOxp9Z-WkahAyL7jYzCnS0xHwS53PkY3X-eSk0KezGNFLj8blARdknochzRKKiVRKcVzafZnM-Nt0/s1600-h/Woody_Allen_at_the_premiere_of_Whatever_Works.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 143px; FLOAT: right; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5449628555360749186" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdsyU_Cb4OZ-qmYSym9I2CMim3YAJyoOveBXAPuVkZeAj5ti4jIVxP2zEGOxp9Z-WkahAyL7jYzCnS0xHwS53PkY3X-eSk0KezGNFLj8blARdknochzRKKiVRKcVzafZnM-Nt0/s200/Woody_Allen_at_the_premiere_of_Whatever_Works.jpg" /></a></div><div align="justify">.<br />Há que tempos que não te via. Até porque há muitos meses não íamos (ela e eu) ao cinema. Temos visto filmes, mas “ir ao cinema” é outra coisa.<br />Gostei de estar contigo. Estás cada vez mais na mesma. E ainda bem.<br />Como sabes (não sabes, mas é como se soubesses), sempre apreciei muito esse teu lado <em>bretchtiano</em> levado para o cinema. A tua maneira de contar, como te esforças para que não haja paredes entre nós, nem de vidro no teatro, nem de tela no cinema, esta maneira de estarmos à conversa.<br />Desta vez, neste teu filme, várias vezes nos interpelaste enquanto contavas coisas cá da gente, melhor, cá das gentes que somos, e pelos caminhos por que andamos. </div><br /><div align="justify"><em>Gentes comuns</em>, como dizia o outro? Mas quem é que não é gente comum, quem não nasce do acaso de um espermatezóide que encontrou o caminho e sofre a angústia de ir deixar de ser… talvez hoje porque não foi ontem? Quem?! O frustrado genial Prémio Nobel da química quântica?, o genial contador de vida (e de Nova Iorque em cinema) com um nome estranho e judeu e conhecido por Woody Allen?<br />Pois... Chamaste-nos de lado, aos que perceberam e quiseram acorrer à tua interpelação, para umas pequenas conversinhas de “ao pé da orelha”, que se calhar passaram desapercebidas a muitos de nós, mas que só eram – acho eu… – a forma (o truque?) de nos dizeres, a todos, que era assim que estavas a contar a estória. Sem nada entre nós. Nem <em>“na manga"</em>!...<br />Muito das nossas vidas sobre que conversavas connosco até pareciam nem serem nossas, naturais, do dia-a-dia, dado o traço grosso, finíssimo!, caricaturado, com que fazias os desenhos, mas tudo era a nossa vida, bem cá de dentro de cada um. E tu sabias. E por isso nos interpelavas.<br />Anda é tudo distraído. Aliás, é o estado normal. Em que nos querem congelar.<br />Como tu chamavas a atenção, nem os que te acompanhavam no contar da estória nos viam, ou <em>“se viam”</em> (a si), quando tu nos vias e connosco falavas directamente, como os <em>“do lado de cá”</em>. Talvez com a excepção da miúda loura, e cretina, e estúpida, que não era nem estúpida, nem cretina mas que era loura e tinha uns olhos lindos e um corpinho para começar a valer uns 5 e ficar nos 8 (e sem favor!).<br />Olha… gostei de conversar contigo. Saudações à companheira que te tenha calhado em destino para este momento, ou que se te tenha destinado por ser médium… Boa sorte! </div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="right">Aparece no Zambujal!</div><div align="right">Era giro...<br /></div><br /><div align="justify"><em>PS</em>: Só uma espécie (só uma espécie…) de conselho: devias ler um autor que referes, um tal de Karl Marx. Fazia-te/nos bem.</div><div align="justify">_________________________</div><div align="justify"><span style="font-size:85%;"><em>(1) - Poupo-te às explicações de como esta amigável elocução foi conspurcada. Coisas lusas...</em></span></div><div align="justify"></div>Sérgio Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/09756079843619112003noreply@blogger.com2