sexta-feira, março 30, 2007

No cavalo de pau com Sancho Pança - 27

Isto é que tem sido repousar, meu cavalicoque de pau! Também não sabes andar de patins...
Mas voltemos à nossa viagem e a mais um passeiozito.
Tínhamos ficado numa pergunta, a que, na mesma página 163, Mestre Aquilino dá resposta:
Antes de se expatriar para Roma, (Cervantes) já cultivava as musas. Por sinal que balbucios poéticos, pouco auspiciosos. No cativeiro escrevera poesia ditirâmbica, mormente versos ao divino, se não se trata dum endosso piedoso dos amigos para antídoto à requisitória de Juan Blanco de Paz, espião do Santo Ofício. Desde logo, a pena de escritor não lhe era pois novidade. Compôs El trato de Argel. O êxito relativo animou-o a carpinteirar outras peças. (...) Na sua estadia em Lisboa, Cervantes tivera o palpite de que o temperamento português, taciturno se não saudoso, se comprazia no bucolismo, como uma oxigenação bronquial. O amor era ali uma espécie de voto subtil, regulado por princípios trovadorescos, que poèticamente se exprimia e deleitava na ode e na écloga.
(...) Comédias, novelas de costumes, tudo isso levou pouco além das raias da mediocridade, sem desprimor.
E não resisto a lembrar que, na Associação Recreativa e Cultural da Atouguia (ARCA), em tempos propus e encenei uma dessas comédias de Miguel Cervantes, O Velho Ciumento. Não terá ficado para o meu currículum mas ficou nas minhas boas memórias...

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