sábado, agosto 09, 2008

A Prelo Editora - 18

Depois do 25 de Abril, reflectindo o e reflectindo sobre o ambiente social e político, pareceu de, a acompanhar nova ou diferente orientação das colecções existente, uma nova se criasse, a que se deu o nome MAS... AFINAL?!..., em que se procuraria, não dar respostas redutoras às dúvidas que assaltavam um povo em verdadeiro estado de busca, mas uma informação nova e de que até então tinha estado amputado.
Alguns exemplos se puseram na abertura ao leitor do primeiro exemplar:

«(...)
Mas... afinal... era assim a PIDE?!
Mas... afinal... são estes os comunistas?!
Mas... afinal... sempre era guerra e colonial?!
Mas... afinal... como é isto dos partidos?!
O rol poderia ser interminável. Relativamente ao passado, relativamente ao futuro.
(...)»

E, na contracapa de todos os volumes saídos, perguntava-se e respondia-se:

«O que se pretende com esta colecção?
Contribuir para o esclarecimento do povo português de assuntos importantes de todas as épocas de modo a apoiá-lo na elevação do seu nível cultural.
Como?
Editando a baixo preço cadernos de 16 páginas dividdos em séries, abordando temas sociais, políticos, económicos, desportivos, literários, artísticos, técnicos e biografias, entrevistas, etc.»

Começou-se por dois volumes (de 16 páginas) em mimi-série sobre política, com a (discutível... como qualquer outra seria) escolha do tema das liberdades e direitos na União Soviética para abrir, mas tal correspondia a uma das mais frequentes questões que se confrontavam e para que maior tinha sido (e continua a ser!) a manipulação despudorada, a mentira, a desvergonha.
Depois, veio o desporto, e as pequenas e médias empresas, e a religião, e a economia... num tota de 20 volumes.
  • União Soviética - liberdades e direitos
  • Os Sistemas Políticos, os povos e a paz
  • O Desporto - - quando e onde uma necessidade e um direito
  • Pequenas e Médias empresas
  • A Religião - crítica e auto-crítica
  • A Economia - lucros ou satisfação das necessidades (I)
  • A Nação - o que é... e quem é pela nação?
  • A Economia - lucros ou satisfação das necessidades (II)
  • A Doutrina Social da Igreja - esmola para homens a mais?
  • Sobre (e a propósito) da Unicidade Sindical
  • Eleições e Propriedade nos países socialistas
  • Comunistas e Cristãos, face a face e face à crise
  • O Futuro do Mundo - subdesenvolvimento e demografia
  • A Juventude na R.D.A. - seu papel na sociedade socialista avançada
  • O que é o Modo de Produção
  • A Criação Artística e os Judeus na U.R.S.S.
  • O que é o Subdesenvolvimento
  • A Dominação do Homem e a Sexualidade na Condição Feminina
  • O Sexo - amor ou procriação
  • A Criança - homem de (qual?) amanhã

Na página de abertura deste último caderno, que fechava uma sub-série de 3, fazia-se um balanço crítico e auto-crítico da iniciativa, e dizia-se da intenção de continuar com uma terceira "década" de cadernos... se tal se justificasse. E ela só se justificaria se uma tal colecção tivesse uma clara participação vinda do "ambiente" e dos futuros leitores na definição dos temas a tratar e uma receptividade e distribuição ligada a discussão e debate relativamente ao que fosse publicado. Não aconteceu assim. Como, nos 20 exemplares publicados, não se encontrou a receptividade de quem poderia aproveitar tais "instrumentos" na sua (e de todos!) luta por um outro amanhã para as crianças(*)...

Não que haja qualquer sentimento de frustração, de não ter "valido a pena". Valeu! Mas... afinal... foi mais um esforço que não teve os resultados por que se lutava. E porque continua a luta !

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(*) - Transcreve-se: «(...) Trata-se do problema das crianças no que se pode chamar a "pequena infância", até à idade pré-escolar e escolar, e os problemas que levanta. Claro que esses problemas são diferentes numa sociedade em que a finalidade é o lucro resultante da actividade em que a finalidade é o lucro resultante da actividade que não procura senão a rentabilidade do capital empregue. E a partir da exploração dos detentores da mercadoria força do trabalho que se começa a formar nessa "pequena infância"... (...)» Ainda não se falava, como hoje, em empreendedorismo!

Um comentário:

Justine disse...

Claro que valeu a pena, não tenho dúvidas. Pena é esse esforço não ser mais aproveitado e valorizado!