Logo logo, na página 27, uma outra pincelada em que, de Aquilino, nos oferecem umas linhas do quadro onde retrata o ambiente em que Miguel Cervantes crescia:
"(...) Madrid adormecia ruminando infinitas hipóteses de perversidade, e a imaginação espanhola, por si fértil, esporeada pelo gume do mistério, tornava-se um muladar fumegante. Que admira que os homens corrompessem e na família não houvesse moral alguma embora com o Cristo pregado do frontal a vigiá-los, ou com a luz do azeite a bruxulear às suas chagas verdes no oratório?
O espanhol vivia exorbitado. E os grandes de Espanha, recios e graves, dir-se-iam todos à uma imbuídos duma pétrea sobranceria, posto que sobre o melancólico, género de altivez como a fachada da catedral de Plasência (...)"
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