domingo, agosto 19, 2007

No cavalo de pau com Sancho Pança - 51

Aquilino passa, a seguir, ao que chama "a irradiação de D. Quixote". Sobretudo em Portugal Que. parte de Espanha era quando Cervantes o escreveu, e por Lisboa foi editado... em castelhano, claro. Ele bem o sublinha, a páginas 285:
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Duas edições lisboninas sairam em 1605, primeiro ano de aparecimento da novela, sucessivamente nas oficinas de Jorge Rodrigues e uma, depois, na de Pedro Craesbeeck. Mas estas não contam, por serem em castelhano, nada tendo a ver com o movimento literário português, em si. Devem, antes, integrar-se no sistema de vascularização idiomática a que se procedia, mais ou menos subconscientemente, a partir de 1580. Mas, uma vez traduzido, começou, como em França, a partir de 1614 a vaga incessante e alterosa de edições.
(...) O certo é que três estampas saíram, a breve prazo umas das outras, dos prelos lisbonenses, facto que pela singularidade requer a sua explicação. Àquela altura dos tempos, as línguas castelhana e portuguesa quase se pareciam como os dois lóbulos de uma dicotilédone depois de lançada à terra e germinar. (...) Mas, o que era mais, Lisboa tornara-se a metrópole tipográfica da Península. Fosse casual incremento da indústria, fosse que a política dos Filipes reconhecesse no desenvolvimento de uma actividade, assim orientada, uma forma de assimilação, o facto é que em Lisboa editavam-se a granel as obras castelhanas.
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Interessante. A fazer pensar. Embora com alguma pressa de dar já já o passo seguinte. Que vai, decerto, ajudar à reflexão.
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Edição raríssima de Lisboa,
a 5ª da obra,
vinda a lume
(com todas as licenças necessárias!)
no mesmo ano da 1ª (1617)

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