domingo, maio 13, 2007

No cavalo de pau com Sancho Pança - 34

O capítulo VIII, que começa pelo "berço de D. Quixote de la Mancha", dá ganas de que o reproduza todo (qual capítulo não o dá?). Mas não pode ser... vou tentar ser contido. O que tem de ser recontado é como, contado por Mestre Aquilino, aparece Sancho (páginas 177 e 178)

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(...) D. Quixote é o poema da alma popular, escarmentada e sofredora. (...) Faltavam cavadores. Farto de andar pelas estradas e bodegas, (Cervantes) nunca reparara bem em tal gente dobrada para a terra que nos dá de comer e nos come, a regá-la com o suor do rosto. Militar, agente do fisco, pajem de gentis-homens, ocupou-se com a tropa fandanga que topou pelo caminho. Sancho Pança cobriu a lacuna. (...) Faltava ali Sancho. Para onde se meteu o homem que vem escravo desde o princípio do mundo?!

Debalde D. Quixote, quando recebe hospedagem dos cabreiros, o puxa para a sua beira. Ele recusa, é certo que não em nome dos respeitos plebeus, mas da sua comodidade. Acha-se assim mais à vontadinha para comer, beber, arrotar, limpar os beiços ao canhão da véstia, do que muito direito ao lado do amo, velho fidalgo de etiquetas, consoante está afeito a ver, obrigado a trincar com decência e a fingir de bem-educado.

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Por aqui me fico. Por agora, e muito custosamente, pois logo no seguinte parágrafo Aquilino nos diz coisas em que entram palavras como deputado, socialista e conservador. O que tem muita piada (oportuna, direi eu). Lá iremos...

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