
A morte, aos 80 anos, do autor de Djamília - que, com Serioja, de Vera Panova, foram dois dos livros que melhor me acompanharam na prisão -, fez-me lembrar tanta coisa...
Só li a notícia no último Expresso, tarde e más horas, e veio alterar todos os meus programas de curto prazo. In Memoriam, José Cutileiro dedica a sua secção a Tchinguiz Aitmantov e faz a consabida referência ao facto de Aragon ter considerado Djamília "a mais bela história de amor" . Honra lhe seja. Que, depois, desmereceu em quatro colunas de mensagem ideológica execrável. Como parece ser obrigação: quando morre um comunista, de que se tem de dizer coisas positivas, por a sua qualidade - humana, profissional, literária, artística, o que for - ser incontroversa e incalável, há que desancar, de maneiras várias e com mentiras ditas como se fossem verdades históricas absolutas, o comunismo, a União Soviética, o Partido Comunista, qualquer que ele seja... desde que seja comunista (*).

(*) - É a luta de classes. estúpido! Ainda não percebeste? Como é que te admiras sempre?!